A Fundação Abrinq, pelos direitos da criança e do adolescente, publicou seu relatório com indicadores da situação dos jovens brasileiros.
O relatório aponta que 40% dos menores de 14 anos vivem na pobreza no Brasil, e outros 13,5%, em extrema pobreza. Os dados são de assustar se levarmos em conta que pobres são os que vivem com meio salário-mínimo, e os extremante pobres, com um quarto de salário-mínimo.
A publicação escancara a desigualdade social entre a população brasileira, o que não é novidade tendo em vista que estudo da Oxfam revela que os 5% mais ricos detêm a mesma fatia de renda que os outros 95% no Brasil.
O País está mergulhado em uma crise na qual 26 milhões de pessoas estão desempregadas ou no subemprego.
Esses resultados estão atrelados a algumas escolhas econômicas do governo federal, que opta por colocar a educação a serviço da economia ao invés de fazer o inverso. Um exemplo básico é que ano pós ano o Brasil entrega em pagamento de juros da dívida aos bancos cerca de metade de seu orçamento. Esse dinheiro faz uma falta enorme para diminuir a desigualdade.
Em virtude da crise econômica, milhares de crianças e adolescentes abandonam a sala de aula em busca de trabalho para ajudar suas famílias, resultado disso, por exemplo, é que há, segundo o relatório, 2,5 milhões de crianças em situação de trabalho infantil.
O que fica claro é a política econômica do governo federal, é o projeto de desigualdade sintetizado na entrega do dinheiro público aos bancos e no congelamento de investimentos em áreas estratégicas com educação e saúde com a PEC 55, que inviabilizou as metas Plano Nacional de Educação - PNE.
Conselheiro Municipal de Educação/Porto Alegre e Membro da Executiva da União Brasileira dos Estudantes Secundaristas - Ubes