Estamos nos aproximando de mais uma Copa do Mundo, o maior evento esportivo do planeta. Os números impressionam: 5 bilhões de telespectadores, centenas de milhares de dólares em patrocínios diretos (fornecedores/parceiros comerciais) e indiretos (direitos de transmissão/Estado Russo). De outro lado, a entidade organizadora do evento promove substancial transmutação no direito desportivo.

As regras do jogo sofreram significativa alteração neste último mês. O anúncio partiu da IFBA (International Football Board Association), órgão responsável por criar as regras da prática do futebol organizado, após avaliação acurada e prática do sistema VAR (Árbitro de Vídeo Assistente). Sua implantação ocorrerá no torneio mundial que se realizará na Rússia. As principais modificações na cartilha em que o árbitro deve se embasar para administrar a partida correspondem a 4 situações que podem determinar a mutação de um jogo: gol; pênalti; cartão vermelho; erro de identificação do infrator.

O procedimento inicia-se com uma comunicação entre o árbitro e o VAR, ou uma recomendação do VAR ao árbitro de que a sua decisão deve ser revisada. Após, o vídeo do fato é revisto no VAR, e informado ao árbitro o que realmente aconteceu.

Ao final, o árbitro decidirá, durante a suspensão do certame, rever o vídeo ao lado do campo ou aceitar a informação do VAR para tomar a decisão apropriada. Isto é, a soberania das decisões será mantida ao árbitro da partida, enquanto o sistema será um instrumento a proporcionar informações para evitar os erros crassos. Um estudo realizado pela Fifa constatou que o VAR ajuda no aumento da eficiência das decisões "corretas" em até 98,8%, bem como que o uso deste recurso diminui o tempo das interrupções e retomadas das partidas em comparação com as decisões "humanas e instantâneas" - passíveis de erros grosseiros - de recomeço do jogo. É o Direito Desportivo - regras do jogo - sendo aprimorado pelo uso da tecnologia em tempo real (on-line).