É natural que ao surgirem tecnologias inovadoras os trabalhadores que são submetidos à nova concorrência se sintam ameaçados e peçam "proteção" ao Estado. No caso dos aplicativos de transporte e dos táxis não foi diferente. Porém, o mesmo Estado para o qual alguns taxistas pediam pela eliminação dos concorrentes é o que amarra as suas pernas, impedindo-os de serem competitivos. Por isso, grito o seguinte: governo, liberte os táxis das amarras!
Ao defender mais liberdade e a redução do peso da mão do Estado sobre os motoristas alguns poderiam me acusar de ser um "ultraliberal" e talvez nem ouvissem os argumentos. Então vou citar o Cade, órgão do governo federal muito criticado pelos economistas mais liberais criado para defender a concorrência. O Cade utiliza ferramentas modernas de análise econômica as quais os economistas costumam chamar de mainstream, ou seja, quase consensual. E o que eles dizem sobre a concorrência entre táxi e aplicativos? Que os governos devem desregulamentar o táxi para benefício do consumidor e dos próprios taxistas.
E o que na prática isso significa? Reduzir taxas e tarifas, transformar permissões em autorizações para que a entrada e saída do mercado seja facilitada, não impor restrições a modelos e características de carro, vistorias periódicas etc. A quem cabe fazer essas escolhas? Ao consumidor. Em um mercado livre e competitivo o consumidor deve ser soberano para fazer suas escolhas de acordo com suas necessidades e capacidades. Não é o caminho que Porto Alegre está tomando. Por aqui, a ideia tem sido colocar mais regras, mais custos e mais exigências aos taxistas, mantendo-os presos às permissões e impedidos de disputar à altura com os aplicativos. É por isso que ratifico: precisamos de mais liberdade para que taxistas trabalhem em paz e sejam capazes de concorrer no mercado!
Vereador (Novo) de Porto Alegre