Obra na Praça da Matriz não tem data de início

Não são somente as obras da Copa do Mundo de 2014 que andam a passos lentos em Porto Alegre. A segunda etapa da restauração da Praça da Matriz, no Centro, anunciada pela ex-presidente Dilma Rousseff em 2013, ainda não começou. O motivo é, como quase sempre ocorre nesses casos, burocrático: a prefeitura ainda aguarda a liberação dos recursos pela Caixa Econômica Federal para lançar a licitação.

A primeira etapa dos trabalhos consistia na restauração do monumento a Júlio de Castilhos, com investimento de cerca de R$ 1,1 milhão, e foi concluída no final de dezembro. A segunda, que abrange a praça como um todo, requer um investimento de cerca de R$ 2,8 milhões. Ambos os recursos foram garantidos pelo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) Cidades Históricas, do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan).

O coordenador de Memória Cultural da Secretaria Municipal de Cultura, Eduardo Hahn, explica que o projeto já foi elaborado e encaminhado à Caixa Econômica Federal, depois de passar também pela aprovação do Iphan, uma vez que a praça é tombada. Agora, a prefeitura tem de aguardar o aval da Caixa, que analisará minuciosamente o orçamento proposto. O projeto foi enviado ainda em 2017, e, por enquanto, não há prazo para que a Caixa encerre o trabalho de análise.

A partir da liberação da verba, a prefeitura estará autorizada a lançar a licitação, processo que deve levar entre dois e três meses. "Pode ser que a obra leve de um ano a um ano e meio para ser concluída", opina o coordenador. A restauração da praça envolve recuperação dos canteiros, dos passeios de pedra portuguesa, das calçadas ao redor da praça, das lixeiras, das grades dos canteiros, dos bancos e das luminárias. Além disso, prevê instalação de luminárias novas, renovação do paisagismo e da vegetação, e recuperação do largo que fica entre a praça e o Palácio Piratini.

A Praça Marechal Deodoro - mais conhecida como Praça da Matriz, em função de estar localizada ao lado da Igreja da Matriz - se tornou o centro político da Capital em meados de 1773, quando a capital do Rio Grande do Sul foi transferida de Viamão para Porto Alegre.