Com o objetivo de simplificar a operação e acelerar o processo de integração entre os países em que atua, a companhia aérea Latam mudará sua direção executiva e sua estrutura organizacional a partir de 2 de maio. A atual presidente da empresa no Brasil, Claudia Sender, deixa o cargo e assume a vice-presidência de clientes para todo o grupo. Ela acumulará ainda a função de presidente da holding da companhia no País, que detém, além da aérea, 70% da empresa de fidelidade Multiplus. No lugar de Claudia entra o brasileiro Jerome Cadier, atual vice-presidente sênior de marketing.
Cadier, que responderá a Claudia, foi o responsável pela integração das marcas TAM e Lan e, até agora, ficava sediado no Chile. Antes, passou por Whirlpool e McKinsey. Ainda dentro da reorganização, o chileno Francisco Recabarren, que ocupa a vice-presidência de negócios domésticos no Brasil, o segundo cargo mais importante no País, regressará a Santiago para uma nova função.
Entre as alterações anunciadas está também a divisão da companhia em quatro áreas: cliente, operação e frota, comercial e financeira. "(A nova estrutura) permite alinhar a organização aos objetivos estratégicos e ao nosso foco - a Latam resolveu se diferenciar no cuidado com os passageiros", afirmou Claudia em evento em São Paulo. A executiva continuará no Brasil e, em seu novo cargo, será responsável por toda a experiência do cliente nos sete países em que a empresa está presente.
De acordo com Cadier, sua gestão dará continuidade à estratégia da empresa anunciada no ano passado, que inclui a venda de serviços a bordo, como refeições e reservas de assento. "Não tem mudança de estratégia necessária agora, nem um direcionamento diferente nos próximos meses", afirmou.
Sobre a decisão da Justiça de proibir, liminarmente, a cobrança por bagagem despachada - que havia sido permitida pela Anac (Agência Nacional de Aviação Civil) -, Claudia disse acreditar que a decisão "irá cair". De acordo com a empresa, a cobrança garantiria tarifas mais baratas aos passageiros que não viajassem com mala, permitindo que mais pessoas tivessem acesso a voos.
Claudia destacou também que a retomada do setor depende da possibilidade de as empresas oferecerem tarifas mais acessíveis. "Achamos que só há um caminho para a retomada, além do desenvolvimento da economia: temos de oferecer passagens mais acessíveis." Em fevereiro, a demanda do setor caiu pelo 19º mês consecutivo.
Questionada sobre os impactos que o veto à cobrança do despacho de bagagem traz ao setor, a executiva afirmou que esse cenário representa um limite ao crescimento da indústria. "A gente não vai conseguir crescer tanto quando poderia, infelizmente."