O audacioso projeto de construir um hospital veterinário público em Porto Alegre foi concluído com sucesso ontem, quando a prefeitura recebeu as chaves do prédio das mãos do doador da obra, o empresário Alexandre Grendene. A construção foi finalizada até mesmo antes do previsto. Iniciado em março, o cronograma estimava o fim da execução para novembro. Entretanto, o funcionamento da Unidade de Saúde Victória, na Lomba do Pinheiro, só começará em 2017.
Agora, em posse da edificação, o município precisa obter o Habite-se (auto de conclusão de obra), o Plano de Prevenção Contra Incêndios (PPCI) e mobiliar o espaço. "Os projetos já foram aprovados com antecedência pela prefeitura. Pretendemos deixar as licenças e boa parte dos equipamentos comprada até o final do ano. Alguns só serão comprados no ano que vem, mas queremos que em 2017 o hospital abra as portas", assegura a secretária adjunta dos Direitos Animais, Fabiane Tomazi Borba.
O hospital contará com cinco blocos cirúrgicos, quatro consultórios, Unidade de Tratamento Intensivo (UTI), setores de quimioterapia, fisioterapia, banco de sangue, farmácia, ambulatório, sala de recuperação para 150 cães e gatos e espaço de triagem para outros 120. A Secretaria Especial dos Direitos Animais (Seda) fará a gestão administrativa do local, mas ainda não se sabe se cuidará da parte clínica. A decisão será tomada até o final do ano por um grupo de trabalho composto pela Seda, pela Procuradoria-Geral do Município (PGM) e pelo gabinete do prefeito.
Se a Seda fizer a gestão, será preciso fazer concurso público para contratação de veterinários. Atualmente, a Seda tem 10 profissionais. Para colocar o hospital em funcionamento, precisaria de 15 a 20 veterinários. "Precisaríamos de profissionais das áreas de ortopedia, traumatologia, oncologia, dermatologia, entre outros", cita Fabiane.
Caso o concurso não aconteça, a alternativa seria fazer um convênio com a Faculdade de Veterinária de alguma instituição. Para tanto, seria necessário criar um plano de trabalho, com definição de metas de atendimento. "Teríamos que fazer um chamamento público, no qual qualquer instituição poderia participar do certame, seja privada ou pública", explica.