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- Publicada em 30 de Agosto de 2023 às 21:40

Cotrijal adia implantação de usina de etanol

Manica diz que o projeto da planta de biocombustível será revisado

Manica diz que o projeto da planta de biocombustível será revisado


/TÂNIA MEINERZ/JC
Conjuntura macroeconômica mais incerta, recomposição da safra e renda de associados, com projeção de aumento na produção do ciclo 2023/2024, e foco em armazenagem levaram a Cotrijal, cooperativa de Não-Me-Toque e uma das maiores do setor no Rio Grande do Sul, a adiar a implantação de uma usina de etanol, a partir de grãos, anunciada na Expointer de 2022. O projeto está sendo revisado, desde orçamento até tamanho, revelou o presidente da Cotrijal, Nei César Manica, em visita à Casa JC na Expointer, no Parque Assis Brasil, em Esteio.
Conjuntura macroeconômica mais incerta, recomposição da safra e renda de associados, com projeção de aumento na produção do ciclo 2023/2024, e foco em armazenagem levaram a Cotrijal, cooperativa de Não-Me-Toque e uma das maiores do setor no Rio Grande do Sul, a adiar a implantação de uma usina de etanol, a partir de grãos, anunciada na Expointer de 2022. O projeto está sendo revisado, desde orçamento até tamanho, revelou o presidente da Cotrijal, Nei César Manica, em visita à Casa JC na Expointer, no Parque Assis Brasil, em Esteio.
"Estamos reavaliando o investimento com mais cautela. A expectativa é normalizar neste semestre", explicou Manica. O plano, anunciado no ano passado, previa começar a construir a unidade este ano, com expectativa de dar a largada na produção no fim de 2024. "Estamos em fase de reestudo orçamentário. Vamos ver se conseguimos instalar o projeto no começo de 2023", projetou o dirigente. A planta do biocombustível é uma nova área de atuação da cooperativa e foi orçada em R$ 300 milhões. A usina projetada inicialmente teria capacidade para beneficiar 550 toneladas de matéria-prima por dia, gerando mais de 400 litros do combustível. O plano era montar uma estrutura modular, facilitando a expansão futura. Trigo e triticale devem ser os principais insumos.
O foco agora deve se dirigir ao suporte à previsão de retomada da safra. "Estamos muito otimistas com a nova colheita", citou Manica, ao analisar a projeção para o Rio Grande do Sul, graças à trégua esperada na escassez hídrica, que reduziu a produção por dois anos consecutivos. O dirigente citou a previsão climática do fenômeno El Niño, que deve impactar também a cultura de trigo. A safra gaúcha de grãos no verão 2023/2024 pode crescer 49,1% em volume, segundo a Emater. Com isso, a colheita chegaria a 36 milhões de toneladas, ante 24,2 milhões de toneladas de 2022/2023. Prevendo maior volume de grãos, a cooperativa vai ampliar aporte em ampliação da estrutura de armazenagem. "Aumentamos todos os anos e, mesmo assim, é insuficiente. Falta espaço, mas este é um problema bom", destaca ele. A previsão é injetar R$ 100 milhões a R$ 150 milhões em expansão este ano da capacidade, que atualmente é de estocagem de 12 milhões de toneladas. 
"Esperamos que os preços internacionais se mantenham, mesmo que em nível mais baixo, mas os custos de produção também tiveram recuo. Vamos ter de compensar com maior produtividade. Em dois anos, acho que conseguimos recuperar", aposta Manica, citando que a condição de crédito ainda é adversa, devido aos juros mais elevados, mesmo com maior oferta de recursos no Plano Safra atual. "A rentabilidade do agro não suporta o atual custo financeiro, mas vamos tentar nos adequar até passar a turbulência", observou o presidente da Cotrijal.