Apesar de confirmar o registro de 34 casos de Covid-19 em escolas de Porto Alegre, a prefeitura da capital gaúcha mantém o cronograma normal de funcionamento das instituições nesta segunda-feira (19), quando
mais turmas de escolas públicas e privadas retomam as atividades presenciais.
Segundo a Secretaria Municipal de Educação (Smed), os 34 registros foram confirmados em 32 escolas municipais e apenas três crianças estão entre os infectados. Os demais pacientes são professores e servidores de escolas. De acordo com a assessoria da pasta, todos os que testaram positivos receberam acompanhamento da Smed e da Secretaria Municipal da Saúde (SMS), e os servidores foram afastados, seguindo os protocolos determinados pela prefeitura.
Além disso, todas as pessoas que tiveram contato com os infectados também foram testadas. Pelas normas municipais, a suspensão de turmas por Covid-19 só será considerada quando houver dois casos confirmados na mesma turma.
De acordo com o Sindicato dos Municipários de Porto Alegre (Simpa), a direção da entidade encaminhará à Smed, nesta segunda-feira, solicitação de informação sobre os casos registrados. "É lamentável que a Smed mantenha a ordem de abertura das escola amanhã, mesmo sabendo desses casos", destaca Roselia Siviero, diretora do Sindicato.
Os servidores da educação do município
iniciam nesta segunda-feira a greve sanitária definida em assembleia geral na semana passada. Por conta disso, representantes do Simpa e da Associação dos Trabalhadores/as em Educação do Município de Porto Alegre (Atempa) farão visitas às escolas durante todo o dia. A orientação das entidades é para que as escolas se mantenham fechadas. "Não há condições sanitárias para receber os professores e alunos, por isso a categoria aprovou a greve sanitária que significa exigir do governo segurança sanitária para retomar as aulas", destaca Roselia.
Em greve sanitária a partir desta segunda-feira, municipários da educação defendem fechamento das escolas. Crédito: Simpa/Reprodução/JC
Para Marcus Vianna, diretor da Atempa, a intenção do movimento é obter um recuo da prefeitura e impedir os surtos de Covid-19 entre servidores da educação, estudantes e familiares. "Estamos defendendo que as escolas infantis e fundamentais não tenham atendimento aos estudantes. A possibilidade de ampliação do contágio é alarmante. Também defendemos que exista visita técnica de profissionais da vigilância sanitária em cada escola", explica o dirigente.
Segundo ele, os servidores da educação de Porto Alegre ainda não receberam treinamento sobre os procedimentos e protocolos sanitários necessários ao enfrentamento da pandemia, nem tiveram acesso à equipamentos de proteção individual (EPIs). "As escolas ainda não conseguiram ter acesso aos EPIs", reforça Vianna.
Para protestar contra a retomada do ensino presencial, o Simpa realiza, neste domingo (18), a partir das 19h, projeções da campanha #EscolasfechadasVidaspreservadas em três locais da cidade: na Avenida Osvaldo Aranha (próximo ao Parque da Redenção), na Avenida Protásio Alves, esquina com a Rua Vicente da Fontoura, e no Viaduto da Avenida Borges de Medeiros com a Rua Duque de Caxias.
A segunda-feira marca ainda o retorno de 24 escolas privadas de Porto Alegre, de acordo com o Sindicato do Ensino Privado (Sinepe-RS), como as da
Rede Marista. Onze escolas particulares já reabriram na Capital e o sete instituições ainda devem retornar entre a última semana de outubro e a primeira semana de novembro. O
Colégio Americano ainda não definiu o cronograma de retorno, e apenas o
Colégio Santa Cecília confirmou que não terá atividades presenciais em 2020.