Porto Alegre, quinta-feira, 19 de dezembro de 2019.

Jornal do Com�rcio

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Perspectivas 2020

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Mercado financeiro

Not�cia da edi��o impressa de 19/12/2019. Alterada em 19/12 �s 03h00min

Taxa Selic em baixa estimula procura por renda vari�vel

Mercado brasileiro comemorou, neste ano, uma queda brusca na taxa desde o início de agosto

Mercado brasileiro comemorou, neste ano, uma queda brusca na taxa desde o in�cio de agosto


CRIS FAGA/FOX PRESS PHOTO/FOLHA PRESS/JC
Roberta Mello
Com a taxa Selic em 4,5%, menor nível da série histórica do Banco Central (BC), iniciada em 1986, as aplicações de renda fixa perdem atratividade, e uma legião de investidores realoca seus recursos em produtos com maior rentabilidade, aceitando, consequentemente, um pouco mais de risco. O mercado brasileiro comemorou, neste ano, uma queda brusca na taxa desde o início de agosto.
Com a taxa Selic em 4,5%, menor nível da série histórica do Banco Central (BC), iniciada em 1986, as aplicações de renda fixa perdem atratividade, e uma legião de investidores realoca seus recursos em produtos com maior rentabilidade, aceitando, consequentemente, um pouco mais de risco. O mercado brasileiro comemorou, neste ano, uma queda brusca na taxa desde o início de agosto.
Depois de chegar a um patamar de 14,25% entre agosto de 2015 e outubro de 2016, a taxa seguiu em leve queda ao longo dos anos, mantendo-se estagnada entre março de 2018 e julho de 2019. Foi em meados deste ano que o Comitê de Política Monetária do BC (Copom) respondeu ao desejo do mercado de ver a taxa de juros que influencia as principais taxas dos juros de empréstimos, financiamentos e aplicações financeiras.
Na avaliação do Copom, a evolução do cenário básico e, em especial, do balanço de riscos prescreveu ajuste no grau de estímulo monetário, com redução da taxa Selic em 0,50 ponto percentual. A partir daí foram quatro reduções consecutivas até chegar ao patamar de 4,5% no encerramento do ano.
A taxa acompanhou a queda na inflação medida pelo IPCA no acumulado do ano e projeção de inflação abaixo de 4% nos próximos meses, de acordo com o Boletim Focus mais recente, e o maior otimismo em torno do fechamento do PIB positivo em 2019 (1%) e aceleração no ano que vem. As expectativas de inflação para 2020, 2021 e 2022 apuradas pela pesquisa Focus encontram-se em torno de 3,6%, 3,75% e 3,5%, respectivamente.
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No cenário com trajetórias para as taxas de juros e câmbio extraídas da pesquisa Focus, as projeções do Copom situam-se em torno de 4,0% para 2019, 3,5% para 2020 e 3,4% para 2021. Esse cenário supõe trajetória de juros que encerra 2019 em 4,50% ao ano, reduz-se para 4,25% no início de 2020, encerra o ano em 4,50% e se eleva até 6,25% ao ano em 2021.
No cenário híbrido, com taxa de câmbio constante a R$ 4,20/US$ e trajetória de juros da pesquisa Focus, projeta-se inflação em torno de 4,0% para 2019, 3,7% para 2020 e 3,7% para 2021.
O head de renda variável da corretora gaúcha Messem Investimentos, William Teixeira, acredita que a taxa deve parar nos 4,5%. "Nesse patamar, já vamos ter um juro real bem baixo no Brasil, muito próximo ao de países desenvolvidos, que permite que a economia cresça e estimule a retomada de investimentos, pelo menos no curto prazo", projeta Teixeira.
Felipe Paiva, diretor de Clientes da B3, sustenta que o impulso gerado pela queda na Selic sobre o número de investidores em produtos da renda variável é um processo que não tem mais volta. "A combinação de uma taxa Selic baixa com controle da inflação gerou um admirável mundo novo dos investimentos no País. É natural que as pessoas saiam de sua zona de conforto, dos rendimentos garantidos da poupança do passado, e passem a procurar por retornos maiores e novos produtos financeiros", salienta Paiva.

Taxa de c�mbio deve entrar em tend�ncia de queda no pr�ximo ano

Afetada pela guerra comercial EUA x China, cotação do dólar alcançou pico de R$ 4,25 no mês de novembro
Afetada pela guerra comercial EUA x China, cota��o do d�lar alcan�ou pico de R$ 4,25 no m�s de novembro
/VISUALHUNT/DIVULGA��O/JC

Depois de um ano de grande oscila��o na taxa de c�mbio real/d�lar, o mercado espera que o cen�rio seja menos turbulento no ano que vem. A pesquisa Focus, do Banco Central (BC), sup�e trajet�ria de queda para a taxa de c�mbio, que termina 2019 com d�lar em R$ 4,15 com a proje��o de leve baixa ao longo de 2020 (em R$ 4,10/US$) e negocia��o em 2021 em torno de R$ 4,00.

Tendo chegado a R$ 4,25 em 28 de novembro, a moeda operou em alta a maior parte deste ano. No entanto, declara��es do governo federal e uma interven��o do BC operando a venda de reservas internacionais a fim de injetar moeda estrangeira na economia deram conta de acalmar o mercado, segundo analistas.

Willian Teixeira, da Messem Investimentos, acredita que n�o h� espa�o para que o d�lar chegue novamente a
R$ 4,25. "A menos que, diferentemente do que est� se desenhando, o cen�rio piore muito l� fora. Mas ele tem melhorado", diz Teixeira, ressaltando que s�o esperados, ainda no in�cio de 2020, resultados bastante positivos das empresas brasileiras, o que pode contribuir para que o fluxo cambial se recupere.

O c�mbio � mais um dos importantes fatores para a tomada de decis�o no mundo dos investimentos. Felipe Paiva, diretor de Clientes da B3, lembra que a volatilidade traz impactos em alguns produtos e para diferentes perfis de investidores. "Um exemplo s�o os Minicontratos Futuros de D�lar Comercial. Hoje, ele � o segundo contrato de derivativo mais negociado no mercado brasileiro, atr�s do Contrato Futuro de DI", ressalta Paiva. Por outro lado, a volatilidade leva as empresas importadoras e exportadoras a terem de fazer hedge - ferramenta de prote��o � alta ou � queda da moeda estrangeira.

Com aumento superior a 95% no n�mero de investidores, B3 aposta na manuten��o do crescimento

Todos esses fatores estimularam os brasileiros a buscar rendimentos mais altos do que os obtidos na poupan�a e na renda fixa. O resultado foi um aumento no n�mero de investidores operando na B3. Em um ano, o n�mero de pessoas f�sicas operando produtos de renda vari�vel saltou de 813,291 mil em 2018 para 1,590,652 milh�o, conforme os dados mais recentes da Bolsa, divulgados em novembro.

Para Felipe Paiva, da B3, o crescimento do mercado de a��es, de renda vari�vel e da ind�stria de fundos n�o deve parar por a�. "Temos ainda mais de 19 milh�es de pessoas com mais de R$ 5 mil na poupan�a que devem migrar. � uma quest�o de tempo", sentencia Paiva.

O Rio Grande do Sul � o quinto estado no ranking de maiores investidores, atr�s de S�o Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais e Paran�. Ao todo, cerca de 90 mil ga�chos investem nesse mercado.

O desempenho do �ndice Bovespa (Ibovespa), principal indicador de desempenho das a��es negociadas na B3, reflete o aquecimento do mercado de capitais brasileiro. O Ibovespa bateu sucessivos recordes ao longo de 2019, tendo ultrapassado a marca de 111 mil pontos.

O �ndice d� sinais do mercado brasileiro para o mundo e a recorr�ncia de preg�es em alta pode colaborar, em um futuro pr�ximo, para a retomada dos investimentos estrangeiros na Bolsa brasileira - bastante resistentes em manter ou em alocar recursos no Pa�s. De acordo com Paiva, "esse perfil de investidor costuma ter uma vis�o de longo prazo e aguarda a entrega de resultados antes de tomar sua decis�o".

Para Paiva, o Brasil est� no caminho certo. Willian Teixeira, da Messem Investimentos, complementa que, se for concretizada a expectativa do governo Federal de o Brasil retomar o grau de investimento ainda em 2020 e as reformas forem aprovadas, o fluxo estrangeiro deve voltar a ser positivo na Bolsa.

A reforma da Previd�ncia e o maior grau de educa��o financeira dos brasileiros tamb�m t�m contribu�do para o ingresso de novos rostos na carteira das corretoras e traz consigo uma mudan�a no perfil dos investidores. O gestor da plataforma digital de aplica��es financeiras Warren, Thomaz Fortes, explica que o portf�lio demandado tamb�m vem mudando acompanhando as novas tend�ncias.

Se h� algum tempo a maioria dos operadores na bolsa buscavam grandes ganhos em curto prazo, cada vez mais pessoas comuns dispondo de quantias menores procuram corretoras em busca de ganhos no m�dio prazo, para concretizar sonhos, e at� de longu�ssimo prazo visando a aposentadoria.

Willian Teixeira, da Messem Investimentos, lembra que a evolu��o nos resultados do mercado de capitais puxa para cima a curva de abertura de capital no Pa�s. "Em 2020, o mercado de ofertas p�blicas dever� ter aquecimento ainda maior no Brasil. Nossa taxa de juros est� bem baixa. Ent�o, � o momento de as empresas voltarem a investir em crescimento e maquin�rio, at� por uma expectativa de melhora nos �ndices econ�micos", diz Teixeira.

A retomada econ�mica, impulsionada, al�m da Selic baixa, pela volta do consumo e pelos n�veis de emprego melhorando, deve estimular as empresas a investir. Teixeira analisada que "elas v�o querer capitalizar-se para poder investir no seu pr�prio crescimento".

Entre os produtos que est�o pegando carona nessa nova tend�ncia e s�o apontados por especialistas como mais promissores, est�o ETF, Fundos Imobili�rios, Deb�ntures e Tesouro Direto. Al�m disso, Felipe Paiva informa que "a B3 tem uma agenda de entregas de novos produtos muito robusta para 2020, junto com os bancos e corretoras, que inclui diversas novas solu��es para o mercado".

Especificamente para investidores pessoa f�sica, a Bolsa est� trabalhando junto aos reguladores para flexibilizar regras atuais que ampliem o acesso do p�blico a novos produtos e op��es de investimento. "Um bom exemplo s�o os BDRs, instrumentos que permitem investimentos em a��es listadas no exterior e hoje s�o acess�veis apenas a investidores qualificados. Com essa iniciativa da CVM, ser� poss�vel a todos os brasileiros investirem em pap�is como, por exemplo: Apple, Amazon, Microsoft e outras grandes companhias", adianta Paiva.

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