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Perspectivas 2020

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Amï¿½rica do Sul

Notï¿½cia da ediï¿½ï¿½o impressa de 19/12/2019. Alterada em 04/01 ï¿½s 13h39min

Protestos populares e eleiï¿½ï¿½es de 2019 devem marcar as mudanï¿½as do continente em 2020

Argentina voltou às mãos da esquerda, com a vitória de Alberto Fernández e Cristina Kirchner

Argentina voltou ï¿½s mï¿½os da esquerda, com a vitï¿½ria de Alberto Fernï¿½ndez e Cristina Kirchner

JUAN CARLOS CARDENAS/ARGENTINA'S SENATE/AFP/JC

Juliano Tatsch

O mapa político da América do Sul sofreu grandes alterações em 2019. Quem era governado pela direita passou a ser pela esquerda. Quem tinha a esquerda no comando há muitos anos, deu meia volta e tomou o caminho contrário. Em meio a tudo isso, o continente ferveu com os contundentes protestos populares no Chile e a já longa novela envolvendo o governo oficial e o governo autonomeado na Venezuela.

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Depois de quatro anos sob o comando do centro-direitista Mauricio Macri, a Argentina voltou às mãos da esquerda, com a vitória de Alberto Fernández e sua vice, Cristina Kirchner, nas eleições presidenciais. No Uruguai, por sua vez, após 15 anos governando, a esquerda, através da Frente Ampla, perdeu as eleições e será oposição ao governo do presidente eleito, Luis Lacalle Pou, de direita. Na Bolívia, Evo Morales não resistiu a uma crise política gerada após acusações de fraude no pleito que lhe daria um novo mandato e renunciou à presidência após 14 anos, abrindo caminho para que o país tome um rumo diferente nas eleições que devem ocorrer no primeiro semestre do próximo ano.

Em 2020, a nova Assembleia Constituinte chilena deverá marcar uma grande transformação na política e na sociedade do país. Vivendo ainda sob a égide da Constituição dos anos da ditadura de Augusto Pinochet, o Chile pode dar uma guinada em direção a uma Carta Magna mais preocupada com questões sociais.

As relações de Brasil a Argentina também devem ser assunto em 2020. O presidente Jair Bolsonaro fez campanha aberta pela reeleição de Macri na disputa de outubro de 2019. Com a derrota do candidato alinhado ideologicamente com Bolsonaro, é provável que ruídos e atritos ocorram, principalmente no que diz respeito às políticas econômicas (subsídios e taxas agrícolas).

Por fim, uma ainda instável Venezuela segue sob a liderança de Nicolás Maduro. Sem a perspectiva imediata de uma revolta popular que derrube o governo chavista, que conta com a lealdade das Forças Armadas, a tendência é de que o autoproclamado presidente Juan Guaidó siga seu périplo por nações da região e nos Estados Unidos buscando apoio internacional com vistas a uma derrubada do atual mandatário.

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EXPEDIENTE

Editor-chefe: Guilherme Kolling Editores: Cristiano Vieira, Cristine Pires, Caroline da Silva, Daniel Sanes, Juliano Tatsch, Luciana Radicione, Mauro Belo, Marcelo Beledeli, Paula Coutinho e Paula Sï¿½ria Quedi Reportagem: Adriana Lampert, Carlos Villela, Deivison ï¿½vila, Diego Nuï¿½ez, Fernanda Crancio, Frederico Engel, Igor Natush, Isadora Jacoby, Jefferson Klein, Marcus Meneghetti, Patricia Knebel, Roberta Mello, Roberto Hunoff, Thiago Copetti e Vitorya Paulo Site JC: Amanda Jansson Breitsameter, Bruna Oliveira, Lï¿½via Araï¿½jo, Luciane Medeiros e Patrï¿½cia Comunello Projeto grï¿½fico: Luï¿½s Gustavo S. Van Ondheusden Diagramaï¿½ï¿½o: Ingrid Muller, Juliano Bruni e Luï¿½s Gustavo S. Van Ondheusden Revisï¿½o: Rafaela Milara