Na transmissão ao vivo que fez pelo Facebook, no começo da tarde desta segunda-feira (13), Leite
sinalizou que deve ter medidas diferentes, dependendo do quadro da chegada da doença. Neste caso, significa que pode ter ais flexibilização em localidades menos expostas e ações mais duras onde os riscos são maiores. Ele garantiu que define até quarta-feira os termos do novo decreto. Dados de prevalência de casos, resultados de testes que estão sendo feitos na população e a leitura do comitê científico do governo vão embasar a formulação das novas regras, ressaltou o governador.
O Estado adota hoje o chamado "Distanciamento Social Ampliado", com restrições para evitar o maior fluxo possível de pessoas. A medida de restrição não implica em isolamento total, como ocorre no bloqueio geral (lock down) em vigor em muitos países e cidades como Nova Iorque, devido à explosão de casos de Covid-19 e o colapso da estrutura de saúde, como hospitais, para dar conta de pacientes com maior gravidade.
A ideia é que, ao reduzir o movimento, também se diminua a velocidade de disseminação do coronavírus. Número descontrolado de pessoas com a Covid-19 pressiona a rede de saúde, que pode não dar conta de tantos casos com gravidade ao mesmo tempo, o que demandaria muitos leitos de UTI, com respiradores etc. Este tem sido o foco mais repetido por autoridades sanitárias federais e também no Estado.
Leite pode decidir por manter o Distanciamento Social Ampliado em determinadas regiões e implementar o Distanciamento Social Seletivo, o que significa isolar grupos de risco (como idosos e pessoas que sofrem com doenças respiratórias e outras complicações, como diabetes, cardiopatias etc) em áreas que têm pouca incidência ou nenhum registro de coronavírus.
O Ministério da Saúde tem falado sobre estes dois tipos de distanciamento e que cada aos governadores e prefeitos tomar a decisão sobre o mais adequado. O Ministério também tem dito que, em cidades com pouca presença do vírus, seria possível fazer o Distanciamento Social Seletivo.
Decreto prevê que o fechamento do comércio em Porto Alegre vai até dia 30. Foto: Marco Quintana/JC
Segundo comunicado da pasta federal na semana passada, o que vai determinar ainda o tipo de restrição é a demanda para os serviços de saúde. Caso a localidade ultrapasse 50% de ocupação dos serviços de saúde, devem ter medidas de maior isolamento, como o ampliado. Já localidades em que o percentual é inferior, o município e estado definem "ações de isolamento em alguns grupos".
Dados estão sendo produzidos. Primeiro, o governo
baixou decreto obrigando os hospitais, principalmente aqueles que têm UTIs, a informar a ocupação de leitos e aqueles com caso de Covid-19 ou de suspeita da doença. Este dado dará a dimensão da disponibilidade do sistema de saúde (público e privado) para atender aos casos, caso haja aumento.
A segunda medida é a pesquisa que uma equipe da UFPel está fazendo analisando a incidência em grupos de risco e também as zonas de influência de regiões com mais casos. Hoje a Região Metropolitana tem mais de 70% dos casos, e também há concentração na serra gaúcha. Esta condição deve
indicar um caminho para futuras medidas a serem tomadas pelo governador.