O Rio Grande do Sul terá o maior investimento com recursos do Tesouro voltado à inovação dos últimos 10 anos: R$ 112,3 milhões até o final de 2022, como parte do projeto Avançar na Inovação.
“Essa é uma grande façanha até porque, há pouco tempo, a gente não conseguia pagar as contas do mês do Estado, e agora fizemos isso e ainda estamos conseguindo investir em políticas de inovação”, destacou o governador Eduardo Leite. Segundo ele, os recursos estão assegurados para serem executados. “É em direção ao futuro que vamos andar”, projeta, acrescentando que o Estado deve fechar o ano com crescimento de 12% do Produto Interno Bruto (PIB).
O anúncio foi feito hoje (30) em encontro realizado no Instituto Caldeira, e transmitido em tempo real pela internet. “Talvez nem nos nossos melhores sonhos observaríamos a nossa cada cheia comemorando um investimento tão importante em inovação, e que certamente trará mais competitividade do nosso Estado”, destacou o CEO do Instituto Caldeira, Pedro Valério.
Dos recursos, R$ 43 milhões são para as iniciativas da Secretaria de Inovação, Ciência e Tecnologia (SICT), focadas em fomentar a inovação e investimentos no Estado e ampliação de editais. Um dos contemplados é o InovaRS, que receberá R$ 14,6 milhões para editais de projetos e de gestores de inovação.
Para o TechFuturo serão R$ 20,6 milhões, R$ 9,8 milhões em 2021 e R$ 10,8 milhões e 2022, para apoiar projetos de inovação em áreas estratégicas das tecnologias portadoras de futuro. O foco é a evolução tecnológica da matriz econômica, com projetos de maior escala e de maior maturidade tecnológica.
O Startup Lab, com foco na inovação aberta, de forma a promover a conexão entre setores da economia consolidados e startups do Rio Grande do Sul, terá R$ 1,38 milhão. E as iniciativas do TEC4B e do Gamers receberão R$ 6,68 milhões.
A Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio Grande do Sul (Fapergs), que até poucos anos vivia situação preocupante, terá R$ 54 milhões. Deste total, R$ 30 milhões fazem parte do edital lançado ontem, e que tem como objetivo selecionar propostas para apoio financeiro a projetos para constituição de Redes Inovadoras de Tecnologias Estratégicas do Rio Grande do Sul (RITEs-RS), que estimulem a pesquisa científica de excelência e geração de tecnologia e inovação em áreas estratégicas.
“A expectativa é termos 15 redes e, assim, ajudar a transformar pesquisa de excelência em desenvolvimento”, destacou o líder da SICT, Luís Lamb. As inscrições estarão abertas até 24 de novembro de 2021 e podem ser feitas pelo
site. Já o Inova Clusters Tecnológicos terá aporte de R$ 24 milhões.
O secretário observa que a produção cientifica feita no Estado ainda não se traduz, na mesma intensidade, na agregação de valor a nossa economia. “O conhecimento precisa ser levado para as pessoas. A inovação deve estar no centro de estratégia de desenvolvimento para que o Rio Grande do Sul possa ser percebido como referência em inovação para desenvolvimento de todas as suas regiões”, comenta o secretario.
“Precisamos aproveitar as riquezas que temos para transformar conhecimento em inovação que traga resultados para a sociedade, e é isso que esses projetos vão ajudar a conduzir”, destacou Odir Dellagostin, diretor-presidente da Fapergs. Ele anunciou que na próxima semana será lançado o edital Programa Pesquisador Gaúcho, neste caso, com investimentos do orçamento da Fapergs de R$ 15 milhões. E, em breve, será o Programa Doutor Empreender.
Os R$ 15 milhões restantes serão direcionados para a Universidade do Estado do Rio Grande do Sul (Uergs) e Uergs Digital. Destes, R$ 10 milhões para a execução das obras e investimentos para implantação da reitoria e da Unidade Universitária e a implementação do projeto UERGS20+. “Olhamos para a Uergs como uma grande oportunidade de alinhamento com essa visão de futuro do Estado”, destacou Leite.
O superintendente de Inovação e Desenvolvimento da PUCRS, Jorge Audy, destacou o momento singular que o Rio Grande do Sul vive. “É algo especial, que talvez não tenhamos vivido ainda. Quando falamos em inovação, o que fazemos é construir comunidades, e isso se faz com gente, conexões e colaboração. A junção da inovação e educação que vai transformar o Rio Grande do Sul”, comentou.