Já pensou como seria ser sócio de todos os empresários e trabalhadores do Brasil, tendo o privilégio de compartilhar com eles boa parte dos seus lucros, salários e rendimentos? Seria um sonho, não? Pois para alguém é a realidade: esse "sortudo" sócio é o nosso conhecido Estado.
E já pensou em ser o investidor coagido a contribuir com algo em que não necessariamente acredita? Essa é a população brasileira, que, sem opção de escolha, é taxada com diversos tipos de tributos municipais, estaduais e federais, deixando grande parte dos seus ganhos com o governo. A carga tributária no Brasil tem um peso muito grande. Somos um dos países em que mais se cobram impostos no mundo.
A greve dos caminhoneiros retrata o sentimento de revolta da população. O que ocorre é que essa forma de reivindicação, de quando deixamos a situação chegar em estágio crítico para tomar uma atitude, acarreta sérios problemas para todos nós. Além disso, pautas corporativistas, que tratam dos interesses de um grupo, acabam por gerar prejuízos para o restante do povo. Essas questões, se pensadas e conjecturadas de maneira mais estratégica, seriam resolvidas com mais efetividade e consistência. Neste dia 5 de junho, será promovido, em Porto Alegre, o Dia da Liberdade de Impostos. A data é escolhida para representar o dia do ano em que os brasileiros param de trabalhar para pagar tributos, finalmente passando a gerar poupança para seu próprio sustento. O evento, que já ocorre há mais de 10 anos e vem ganhando corpo em diversas cidades, trata-se da oferta de produtos e serviços sem impostos. A ideia é conscientizar os cidadãos sobre o quão abusiva é a carga tributária à qual estamos submetidos e o quanto isso afeta o nosso poder de compra e a nossa vida.
Nessa data, estabelecimentos como o Perro Libre, o Oak Burritos e o Complex Skate Park venderão chope sem o valor dos impostos, e será possível hospedar-se nos hotéis Ritter sem o pagamento de tributos. A realidade apresentada pelos participantes da ação - infelizmente - é bem distante da que estamos acostumados. O que podemos fazer para nos aproximarmos dela? Fica a reflexão. A busca pela mudança deve ocorrer todos os dias e é papel de todos nós.
Administradora e associada do IEE