Nesta discussão acalorada, surgida durante a "greve" (que alguns insistiram em chamar de paralisação) dos caminhoneiros, ficou a questão: quem realmente ganhou?
No "frigir dos ovos", o que se soube foi que a, inicialmente simpática e necessária reclamação da classe transportadora rodoviária (pelo menos enquanto não feria direitos dos outros), deixou de sê-la no momento em que se escancarou a politização das lideranças. A hipocrisia da "liberação" dos caminhões carregados com alimentos perecíveis e medicamentos foi fantástica. Digam, com sinceridade, de que adianta "liberar" (num gesto altamente demagógico) a passagem de veículos que simplesmente não tinham como, ou onde, abastecer.
A "brincadeira" dos motoristas (ou seria dos patrões e dirigentes patronais com viés esquerdista?) resultou num prejuízo estrondoso de Norte a Sul do Brasil. Que só não atingiu as reivindicações dos grevistas. Isto que a própria população - incluídos os "sabidos" caminhoneiros - é quem vai pagar a conta.
Seja através dos impostos que - com certeza - serão criados; seja em razão da natural elevação de preço causada pelo desabastecimento dos alimentos e outros bens.
A conclusão é única e óbvia: enquanto uns "patinhos" aplaudiam um movimento que fez da maioria dos caminhoneiros verdadeiras buchas de canhão, todo o Brasil (eu disse todo) perdeu o que não podia perder. E, quem achou que ganhou, é um iludido!
Advogado