Um levantamento da empresa LCA Consultores a partir da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) do IBGE revela um aumento assustador de mais de 11% da miséria no Brasil em 2017: mais 1,5 milhão de pessoas passaram à linha da extrema pobreza, que hoje abriga 14,8 milhões de brasileiros. Ou seja, o contingente de pessoas que vivem com R$ 136,00 por mês aumentou de 6,5% para 7,2% da população. Os economistas da LCA atribuem o resultado à crise, ao fechamento de vagas com carteira assinada, à substituição do trabalho formal pela informalidade, à baixa remuneração e à instabilidade nos ganhos. Falamos dos efeitos da reforma trabalhista, como alertávamos que seria quando o governo golpista e entreguista de Michel Temer negociava a compra de votos para aprovar esta mudança que retira direitos, precariza as relações de trabalho e, vejam agora, afeta a economia do País.
O argumento usado na defesa da reforma referia-se à necessidade de "modernizar" a legislação para estimular a geração de empregos, combater a crise econômica e colocar o Brasil nos trilhos do desenvolvimento. Alguém ainda acredita nisso?
O mesmo levantamento da LCA demonstra que todas as regiões e classes sociais perderam renda, mas que o fenômeno é bem mais grave entre os pobres e nordestinos. A parte mais pobre da população brasileira viveu no ano passado com R$ 40,00 por mês. Em 2016, o valor era de R$ 49,00 - uma perda de 18% nos rendimentos. Já a parcela 1% mais rica da população vive com ganhos acima de R$ 15 mil mensais e perdeu 2,3%. Uma minoria superrica, formada por apenas 10% dos brasileiros, concentra 43,3% da renda total do País, enquanto os 10% mais pobres ficam com apenas 0,7% da renda total. Este é o triste resultado do golpe político, jurídico e midiático que interrompeu ciclo de distribuição de renda patrocinado pelos governos Dilma e Lula e que iludiu batedores de panelas e adoradores do pato amarelo. O Brasil não está mais moderno. O Brasil só está mais pobre.
Deputado estadual (PT)