A Síria é herdeira de uma civilização antiga. Sua capital, Damasco, podemos dizê-la a mais ancestral cidade da História Ocidental. Mas a Síria, por acaso político, localiza-se, nos tempos atuais, numa posição geográfica estratégica para poderosos interesses globais e regionais.
Neste sentido, arrolemos estes fatos: as corporações petrolíferas transnacionais precisam passar oleodutos por seu território, a fim de reduzir custos no transporte do ouro negro, retirado do Iraque, para a Europa (dá para entender por que Grã-Bretanha e França estão envolvidas em operações de guerra?); os russos, por sua vez, necessitam de uma base marítima no território sírio, estabelecendo, assim, posição no Mar Mediterrâneo; as colinas de Golan, na fronteira com Israel, são estratégicas para este país, pois nelas estão as nascentes de água tão necessárias ao território hebreu, além de representar posição militar estratégica na defesa deste. E o governo sírio dá guarida ao grupo iraniano paramilitar do Hezbollah, inimigo radical de Israel e dos Estados Unidos. Como se não bastasse, emaranhada nesta rede de intrigas, a Síria tem a presidi-la a segunda geração de uma ditadura cujo poder é exercido, desde 2000, por Bashar al-Assad.
Neste caudal explosivo, deve ter sido custoso financeiramente, mas não difícil, arregimentar revoltosos internamente, e criar um exército terrorista estrangeiro para atacar a Síria (Isis). Medonhos planos estão elaborados para destruir este pequeno, pobre e estratégico país. Estados Unidos, França, Reino Unido, Rússia, Israel, Isis, as tropas de Bashar al-Assad e Irã lutam, com terríveis armas, na intenção de cumprir suas intenções.
A grande vítima é o povo sírio diante de tanta violência e atrocidades. Em paralelo, sofre toda a humanidade, perdendo valores éticos frente à incerteza e à barbárie.
Destruir a Síria é mais um passo para aprisionar a humanidade.
Engenheiro e consultor