O baixo nível de investimento no País persiste, segundo demonstram os principais indicadores econômicos, o que tem reflexo dramático na demanda de bens de capital. Não por acaso, fechamos o ano de 2017 com uma diminuição de -1,1% no faturamento do setor na comparação com 2016, o que significa que as vendas de máquinas e equipamentos regrediram a patamares de 10 anos atrás. O que, sob todos os aspectos, confirma que a tão propalada volta do crescimento da economia brasileira, apesar de sinais pontuais de melhora em relação aos últimos três anos, quando estávamos literalmente no fundo do poço, ainda carece de bases consistentes.
O parque industrial brasileiro registra elevada capacidade ociosa, tornando mais distante a retomada das aquisições de máquinas e equipamentos no País. Mas, não bastasse tal quadro sombrio, estamos diante da tentativa do governo de reonerar a folha de pagamento das empresas, pretensamente para cobrir os gastos com a intervenção militar na área da segurança no Rio de Janeiro. Quer dizer, toda a sociedade terá que arcar com o ônus de um problema localizado numa unidade da Federação.
Trata-se de um verdadeiro tiro no pé, demonstrando a falta de sensibilidade das autoridades porquanto a reoneração só virá agravar a crítica situação das empresas, que serão forçadas a demitir ainda mais trabalhadores somando-se ao absurdo contingente de mais de 13 milhões de desempregados já existente. Ainda esperamos que haja bom senso dos governantes e do próprio Congresso no sentido de evitar a concretização de uma iniciativa tão prejudicial, buscando outras alternativas menos nocivas para a coletividade.
Vice-presidente da Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq-RS)