Um grupo israelense comprou empresas do grupo Bremil, com sede e maior número de operações em Arroio do Meio, no Vale do Taquari, e com unidades em outros estados. A Bremil é o maior produtor brasileiro de condimentos, ingredientes e aditivos para produtos cárneos e atende os maiores players globais da área, como BRF e JBS. O negócio, anunciado nessa quinta-feira pelo grupo gaúcho, com perfil familiar, envolve a aquisição de 51% do capital, o que transfere o controle para a Frutarom. A transação foi de US$ 31 milhões, mais de R$ 100 milhões.
Representantes da israelense, entre as 10 maiores empresas mundiais no ramo de sabores e ingredientes finos de origem natural, foram a Arroio do Meio firmar o acordo. A assinatura ocorreu às 5h, na sede da empresa, e foi comunicado no mesmo dia aos funcionários. A Bremil deve fechar 2017 com receita bruta de cerca de R$ 175 milhões e exporta também para 45 países nos cinco continentes. A receita externa representa 20% do faturamento. Segundo a empresa, a mudança no comando ocorrerá no primeiro trimestre de 2018, mas os atuais administradores e fundadores do negócio, o casal Alaidete e Homero Brenner Miguel, vão continuar na gestão. O casal fundou a empresa em 1987, em Passo Fundo, no planalto gaúcho.
A transação envolveu quatro indústrias da Bremil, que somam 300 funcionários - a Bremil e Envoltec, em Arroio do Meio; a Sabormax, que fica em Lajeado e atua com ingredientes para pães, bolos e confeitarias; e Bremil Ingredientes, localizada em Palmeiras de Goiás, em Goiás. Ficou fora da operação a Goemil, também no município goiânio que atua em esmagamento de soja, matéria-prima usada também na elaboração de itens e que emprega 182 trabalhadores. A operação principal que entrou no acordo atua no Sul e Centro-Oeste do Brasil. A multinacional israelense apontou planos em ampliar a produção, incluindo países vizinhos.
Em nota, a Frutarom informou que o acordo prevê "mecanismo para futura compensação com base no desempenho comercial da Bremil em 2017 e 2018". O contrato inclui ainda opção para compra do saldo de ações do grupo gaúcho após cinco anos da conclusão da transação e com preço baseado no desempenho comercial no período, esclarece a companhia israelense. O grupo multinacional citou ainda que a compra recente é a quarta aquisição da Frutarom nos últimos cinco anos no mercado brasileiro e sétima na América Latina (AL). Com isso, a israelense já soma 15% das vendas globais na AL, ante 3% de 2010. A receita anual é de US$ 2,2 bilhões.