"A AHVN é a favor do lockdown devido ao esgotamento das estruturas de UTI da Capital aliada à falta de profissionais da área da saúde e de medicamentos", disse por nota, após ser questionada pelo Jornal do Comércio. Segundo a instituição, 63 dos 66 leitos clínicos destinados a cuidados de Covid-19 estão ocupados por pacientes com a doença.
"Este momento é crucial para que a população de Porto Alegre e Região Metropolitana entenda a importância do isolamento social para salvar vidas, não colapsar o sistema de saúde e coibir a adoção de medidas de circulação ainda mais restritivas", justifica, para depois fazer apelo para que "os cidadãos fiquem em casa e evitem o lockdown".
O temor do hospital é que se esgote a capacidade com a manutenção da demanda crescente, além de indicar o desgaste dos profissionais de saúde pela demanda excessiva recente. Caso se alcance 100% da ocupação, o estabelecimento que atende SUS terá de cancelar cirurgias e consultas eletivas especializadas.
Segundo o Vila Nova, para poder receber mais casos ligados à pandemia, terá de ocorrer a redução da oferta para outras enfermidades. Além de 66 novas vagas exclusivas para a pandemia, o hospital que só atende SUS já tem outros 54 leitos de enfermaria ocupados com suspeitos da doença.
O Vila Nova não tem UTI exclusiva para casos de novo coronavírus. Caso o doente precise de ventilador ou um atendimento mais intensivo em Covid-19, busca-se vaga em unidades como Clínicas e Hospital Conceição, que são referências na pandemia na Capital. Problema é que as duas instituições também registram alta ocupação, com níveis de ocupação de 95%.
Nesta segunda-feira, a UTI do Vila Nova, com 20 vagas, tinha quatro internados da pandemia - três confirmados para Covid-19 e um suspeito, segundo painel da Secretaria Municipal da Saúde.