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Publicada em 27 de Abril de 2025 às 10:00

É hora de medir o que importa: o impacto econômico das instituições socioculturais na Serra Gaúcha

Presidente do Recreio da Juventude, Diego Biglia

Presidente do Recreio da Juventude, Diego Biglia

Recreio da Juventude/Divulgação/JC
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Diego BigliaA economia da Serra Gaúcha é frequentemente reconhecida por sua força industrial e agropecuária. No entanto, existe um segmento muitas vezes ignorado nas análises econômicas tradicionais: o das instituições sociais, esportivas e culturais que desempenham papel relevante na geração de emprego, renda e movimentação do comércio local.Clubes, centros culturais, associações e entidades comunitárias não apenas promovem qualidade de vida e bem-estar — eles ativam setores econômicos estratégicos. Cada evento promovido, cada campeonato sediado, cada espetáculo realizado representa centenas (ou milhares) de pessoas circulando, consumindo, se hospedando, utilizando transporte e gerando renda na região. Trata-se de uma economia silenciosa, mas potente.Apesar disso, ainda não há um sistema estruturado para mensurar esse impacto de forma integrada. O PIB municipal, por exemplo, não distingue claramente o efeito dessas instituições sobre o turismo, os serviços e a cultura. Essa ausência de dados dificulta o reconhecimento de seu papel no planejamento urbano e nas políticas públicas.Tomemos como exemplo os clubes sociais de médio e grande porte, presentes em muitas cidades da Serra. Além da movimentação econômica direta — manutenção de sedes, contratação de equipes, fornecedores, serviços —, esses espaços funcionam como plataformas de eventos que atraem visitantes de fora da cidade. Mesmo quando localizados em centros urbanos, estimulam o comércio de bairro, a gastronomia e o setor de eventos, gerando impacto regional.É essencial que gestores públicos, entidades de classe e os próprios dirigentes dessas instituições passem a considerar essa dimensão em seus planejamentos. Medir esse impacto é o primeiro passo para valorizá-lo. A Serra Gaúcha é rica não só em produção, mas também em cultura, esporte e associativismo. Dar visibilidade a esse ecossistema é apostar em uma visão mais completa — e justa — de desenvolvimento.O futuro da região depende também de sua capacidade de enxergar valor onde antes só se via tradição.
Diego Biglia

A economia da Serra Gaúcha é frequentemente reconhecida por sua força industrial e agropecuária. No entanto, existe um segmento muitas vezes ignorado nas análises econômicas tradicionais: o das instituições sociais, esportivas e culturais que desempenham papel relevante na geração de emprego, renda e movimentação do comércio local.

Clubes, centros culturais, associações e entidades comunitárias não apenas promovem qualidade de vida e bem-estar — eles ativam setores econômicos estratégicos. Cada evento promovido, cada campeonato sediado, cada espetáculo realizado representa centenas (ou milhares) de pessoas circulando, consumindo, se hospedando, utilizando transporte e gerando renda na região. Trata-se de uma economia silenciosa, mas potente.

Apesar disso, ainda não há um sistema estruturado para mensurar esse impacto de forma integrada. O PIB municipal, por exemplo, não distingue claramente o efeito dessas instituições sobre o turismo, os serviços e a cultura. Essa ausência de dados dificulta o reconhecimento de seu papel no planejamento urbano e nas políticas públicas.

Tomemos como exemplo os clubes sociais de médio e grande porte, presentes em muitas cidades da Serra. Além da movimentação econômica direta — manutenção de sedes, contratação de equipes, fornecedores, serviços —, esses espaços funcionam como plataformas de eventos que atraem visitantes de fora da cidade. Mesmo quando localizados em centros urbanos, estimulam o comércio de bairro, a gastronomia e o setor de eventos, gerando impacto regional.

É essencial que gestores públicos, entidades de classe e os próprios dirigentes dessas instituições passem a considerar essa dimensão em seus planejamentos. Medir esse impacto é o primeiro passo para valorizá-lo. A Serra Gaúcha é rica não só em produção, mas também em cultura, esporte e associativismo. Dar visibilidade a esse ecossistema é apostar em uma visão mais completa — e justa — de desenvolvimento.

O futuro da região depende também de sua capacidade de enxergar valor onde antes só se via tradição.
Presidente do Recreio da Juventude

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