Jornal do Com�rcio

Guilherme Daroit

Grande vitrine do agronegócio do Rio Grande do Sul, a 41ª Expointer bate, novamente, à porta dos gaúchos. A feira internacional abre neste sábado e se estende até o próximo domingo, 2 de setembro, mirando igualar o desempenho de 2017, quando os negócios chegaram aos R$ 2,035 bilhões. A repetição, porém, para por aí: quem for ao Parque de Exposições Assis Brasil, em Esteio, perceberá novidades na infraestrutura do espaço e, principalmente, o aumento no número de animais.

Ao todo, estão inscritos 4.247 animais de argola de mais de 70 raças, aumento de 32,4% em relação aos 3.207 cadastrados em 2017. A "explosão" no número, entretanto, tem mais a ver com os problemas do ano passado, quando aves e pássaros foram excluídos da feira por conta do alerta sanitário de prevenção à gripe aviária. "Neste ano, a situação sanitária no Cone Sul está normal, e esses animais vão poder participar", conta José Arthur Martins, do Setor de Exposições e Feiras da Secretaria da Agricultura, Pecuária e Irrigação (Seapi). Sem o alerta, o número é praticamente o mesmo de 2016, quando foram inscritos 4.285 exemplares.

Os produtores e os animais terão como principal ganho neste ano a execução da cobertura dos lavatórios do pavilhão do gado de corte, à semelhança do já realizado no ano passado no pavilhão do gado leiteiro. Segundo o diretor administrativo do parque, Sandro Roberto Schlindwein, foram realizadas reformas também nos alojamentos e a execução de drenagem em área de alagamento no estacionamento do portão 10.

As vagas para automóveis, aliás, serão o grande diferencial em infraestrutura para o público em geral. Um trecho entre os portões 4 e 5 recebeu calçamento para ser transformado em estacionamento, o que, junto com melhorias nas áreas de associações de produtores de raças específicas, fez expandir de 8 mil para 10 mil vagas a capacidade do parque. Símbolo do evento, as três esferas localizadas na entrada do parque Assis Brasil também foram revitalizadas.

Durante o lançamento da edição, no início do mês, o titular da Seapi, Odacir Klein, se mostrou otimista, apostando que a situação econômica dos produtores com as recentes safras justifica a projeção de alcançar novamente os R$ 2 bilhões em negócios, tradicionalmente puxados pelas vendas de maquinário. "Tivemos alguns problemas (na safra) aqui e ali, mas nada que impeça um excelente volume de negócios", argumentou Klein.

Em relação aos animais, o presidente da Federação da Agricultura do Estado (Farsul), Gedeão Pereira, afirma aguardar uma Expointer "muito boa", a despeito da crise que vem diminuindo os preços recebidos pelos pecuaristas. "Terá repercussões nas negociações e na própria mostra. Mas não é a primeira crise, nem vai ser a última", comenta Gedeão, lembrando que a feira de Esteio, há algum tempo, se tornou mais vitrine da genética do que palco das vendas, que costumam acontecer depois, em remates particulares das cabanas.

Reflexo da crise econômica, o preço dos ingressos aos visitantes foi mantido nos mesmos patamares praticados desde 2015. "Os custos aumentam, a energia elétrica subiu bastante, mas, mesmo assim, temos segurado o preço para garantir a vinda do público", assegura Schlindwein. No ano passado, a estratégia, aliada ao bom tempo, levou mais de 400 mil pessoas a Esteio.

A abertura oficial da 41ª Expointer acontece neste sábado, às 15h, consolidando a separação entre a inauguração do evento e o desfile dos Grandes Campeões, que, até 2015, eram realizados conjuntamente. A apresentação dos vencedores de cada raça será realizada na manhã da sexta-feira, dia 31.