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Publicada em 23 de Agosto de 2018 às 00:00

Novo pavilhão da agricultura familiar oferece mais espaço para expositores

Com investimento, área dos pequenos produtores no parque Assis Brasil teve sua capacidade ampliada para 7,6 mil m2

Com investimento, área dos pequenos produtores no parque Assis Brasil teve sua capacidade ampliada para 7,6 mil m2

/MARCELO G. RIBEIRO/JC
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Demorou, mas o novo pavilhão da agricultura familiar virou, finalmente, uma realidade. Anunciada há seis anos, a nova estrutura faz a sua estreia na Expointer 2018, aumentando o número de estandes e, mais do que isso, melhorando as condições de circulação e acomodação para expositores e visitantes. Com o ganho de área, que passou de 3,5 mil m2 para 7,6 mil m2, o público que for a Esteio terá à disposição produtos de 301 pequenos negócios gaúchos, que, segundo o Piratini, englobam 1.350 famílias de 106 municípios.
Demorou, mas o novo pavilhão da agricultura familiar virou, finalmente, uma realidade. Anunciada há seis anos, a nova estrutura faz a sua estreia na Expointer 2018, aumentando o número de estandes e, mais do que isso, melhorando as condições de circulação e acomodação para expositores e visitantes. Com o ganho de área, que passou de 3,5 mil m2 para 7,6 mil m2, o público que for a Esteio terá à disposição produtos de 301 pequenos negócios gaúchos, que, segundo o Piratini, englobam 1.350 famílias de 106 municípios.
"É um grande diferencial, porque a ampliação fará com que muitas agroindústrias que não tinham espaço, desta vez, poderão vir", afirma Pedrinho Signori, secretário-geral da Federação dos Trabalhadores na Agricultura no Estado (Fetag-RS), uma das entidades promotoras da feira. Ao contrário dos outros anos, desta vez, não houve recusas, pois todas as agroindústrias que se inscreveram e cumpriam os requisitos puderam ser chamadas. Em 2017, por exemplo, foram 201 os expositores.
Outras mudanças foram a ampliação da praça de alimentação do pavilhão, para 410 lugares, e a criação de um depósito interno, que facilita a reposição dos produtos por parte das agroindústrias.
Signori ressalta, entretanto, que há ganhos para além do aumento no número de estandes, com mais espaço também na área de cada agroindústria e nos corredores. "Antes, muita gente chegava, via que estava cheio e nem entrava. Agora, terá mais circulação, e isso deve aumentar as vendas de forma bem considerável", projeta o dirigente. No ano passado, segundo a Secretaria de Desenvolvimento Rural, Pesca e Cooperativismo (SDR), as vendas alcançaram R$ 2,8 milhões, marca que deve ser batida neste ano.
Apesar disso, o impacto da Expointer para as famílias expositoras não se encerra em Esteio. Além das vendas no período, a feira costuma ser uma vitrine para o Estado e para o resto do País, garantindo às agroindústrias novos clientes que gostam dos produtos e se tornam recorrentes. Até por isso, segundo Signori, há uma priorização a negócios que nunca participaram das edições anteriores. O número de pequenas empresas estreantes em 2018 passará de 40.
Testada e aprovada em 2017, a participação de agroindústrias de outros estados também passa por um ganho de musculatura. Participarão da feira, neste ano, 10 produtores de Minas Gerais, em parceria com a Fetag-RS. É o dobro dos cinco "desbravadores" que estiveram em Esteio no ano passado, como contrapartida à participação de agroindústrias gaúchas em eventos agropecuários mineiros.
"Isso torna ainda mais atrativo o pavilhão. E ficou comprovado que não competem com os nossos, pois são produtos que aqui não temos", comenta Signori, citando café, castanhas e tipos específicos de queijos que chamaram a atenção no ano passado. O modelo foi tão bem avaliado pelos organizadores que, neste ano, também virão outras 15 agroindústrias das regiões Nordeste e Amazônica em parceria com a Secretaria Especial de Agricultura Familiar e do Desenvolvimento Agrário (Sead) do Planalto, que patrocina a montagem da feira.
A Fetag-RS ainda espera que a Expointer de 2018 se torne palco de outro marco para as agroindústrias gaúchas: o anúncio da validade das inspeções municipais para que os pequenos negócios possam vender seus produtos em todo o território estadual. Atualmente, para vender fora de seu município, os produtores precisam de inspeções estaduais ou federais, com custos que, segundo a entidade, são inviáveis para negócios de baixa escala. O acordo vem sendo negociado desde o ano passado.

Atraso quase fez Rio Grande do Sul perder recursos

Divulgado ainda em 2012, o projeto da ampliação do pavilhão da agricultura familiar se transformou em uma arrastada novela, mesmo com recursos garantidos para a obra. À época, o Estado recebeu verba de R$ 1,46 milhão do governo federal, que, complementados com montante financeiro semelhante por parte do Piratini, dariam origem ao novo galpão ainda em 2013. As primeiras estacas, porém, só foram colocadas no terreno em abril de 2018, cinco anos depois.
Boa parte do atraso se deu porque, na primeira licitação para o projeto, a empresa vencedora até chegou a iniciar os trabalhos, mas logo rompeu o contrato. Depois disso, nem a segunda, nem a terceira colocada quiseram assumir o serviço, exigindo um novo processo. O Estado esteve à beira de perder os recursos, que teriam de ser devolvidos à União caso a nova licitação não fosse realizada até o fim de 2017, mas conseguiu cumprir os prazos e, finalmente, entregar o novo espaço às agroindústrias.
No fim das contas, o novo pavilhão chega como se fosse um presente aos produtores pela 20ª edição da Feira da Agricultura Familiar na Expointer. Instituída em 1999, no governo Olívio Dutra (PT), o início da participação das agroindústrias esteve no centro da briga entre governo e entidades agropecuárias que quase cancelou a Expointer daquele ano - um acordo evitando o boicote dos grandes produtores à exposição de 1999 só foi fechado a dois dias do início da feira.

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