Estados Unidos e China provavelmente nunca estiveram t�o presentes, simultaneamente, em eventos, debates e neg�cios dentro do Parque de Exposi��es Assis Brasil, em Esteio. Apesar de muito se falar dos impactos da guerra comercial sino-americana na compra de soja, a Expointer revelou que os reflexos no agroneg�cio t�m tamb�m outros contornos.
Na�ind�stria de m�quinas agr�colas, os impactos do conflito foram positivos.�Mais especificamente, na linha de produ��o de tratores da Massey Ferguson em Canoas. A fabricante embarcou, no primeiro semestre, um "lote relevante" de tratores rumo ao mercado norte-americano,�afirmou, nesta segunda-feira, o diretor de vendas da multinacional no Brasil, Eduardo Nunes.
Embora sem revelar os n�meros, Nunes afirma que o volume embarcado "n�o foi pequeno". Segundo o diretor,�a exporta��o realizada n�o foi�um�"teste", e reflete a�troca da fonte chinesa pela brasileira no mercado norte-americana. Al�m disso, a opera��o n�o � tempor�ria. "�, no m�nimo, para m�dio prazo. Se for necess�rio, temos inclusive espa�o e turno livre para ampliar a produ��o", diz Nunes. Com as vendas aos Estados Unidos se somando a outros destinos, a expectativa da Massey � ampliar de cerca de 15% para 35% a representatividade das vendas externas no faturamento da empresa no Brasil.
Coincid�ncia ou n�o, ap�s o agravamento do conflito sino-americano, os Estados Unidos retornaram neste ano com um estande na Expointer ap�s mais de duas d�cadas de aus�ncia. No momento, o principal foco da presen�a � a pecu�ria ga�cha. Nesta quinta-feira, no estande norte-americano no parque, ocorrer� um semin�rio sobre�tend�ncias nas exporta��es globais de carne bovina e gen�tica.
Apesar de ser o maior parceiro comercial do Brasil, e boa parte dessa rela��o ser marcada pelo agroneg�cio, curiosamente a China � pouco presente na Expointer. Cen�rio que Paulo Tigre, presidente da rec�m-criada se��o Sul da C�mara de Com�rcio de Desenvolvimento Internacional Brasil-China, garante que ser� diferente na feira de 2020. Nesta ter�a-feira, Tigre estar� reunido com representantes da Federa��o das Associa��es de Munic�pios do Rio Grande do Sul (Famurs), para aproximar ainda mais os investidores chineses do Estado.
"Precisamos ampliar os investimentos chineses por aqui. Dos US$ 90 bilh�es que a China investiu no Brasil em 2017, apenas 11% veio para a Regi�o do Sul como um todo. Temos que melhorar esse ambiente e a capacidade de atrair investimentos para c�", destaca Tigre.
O presidente da se��o Sul da C�mara Brasil-China diz que a entidade tamb�m tem diferentes reuni�es marcadas com investidores e que um novo empreendimento chin�s no Estado deve ser divulgado em breve. "Teremos um projeto vultoso na �rea de infraestrutura para anunciar. Em 2020, tenho certeza que�haver� presen�a maior da China na Expointer", resume Tigre.