Já operando desde 2015 uma termelétrica alimentada com biogás oriundo de resíduos sólidos urbanos depositados no aterro sanitário da Companhia Riograndense de Valorização de Resíduos (CRVR), localizado em Minas do Leão, a Biotérmica Energia (empresa do mesmo grupo) pretende ampliar essa experiência no próprio município e em outras cidades gaúchas. O investimento previsto para essa ação, somada ao plano de produzir também biometano, será de cerca de R$ 130 milhões.
Os próximos projetos de usinas de geração de energia elétrica da Biotérmica a serem concretizados serão abastecidos com os resíduos das centrais de tratamento da CRVR das unidades de Santa Maria, Giruá e Victor Graeff. O superintendente da CRVR/Biotérmica, Rafael Salamoni, informa que esses três empreendimentos agregados terão capacidade para a produção de 3 MW e deverão entrar em operação até fevereiro do próximo ano. Para 2023, está prevista a geração de energia no aterro de São Leopoldo, com potência instalada de 4 MW.
Já para 2024, o foco será a expansão do complexo de Minas do Leão (que hoje tem capacidade para gerar até 8,5 MW, mas com potencial para chegar a 15 MW). O aporte estimado em todas essas iniciativas de produção de energia elétrica a partir do biogás é de aproximadamente R$ 60 milhões. As térmicas finalizadas somarão uma potência instalada de 22 MW (o que representa cerca de 0,5% da demanda média do Rio Grande do Sul).
Salamoni destaca que outra oportunidade que está sendo trabalhada é a de purificar o biogás e aproveitá-lo como biometano (que pode substituir o gás natural como combustível, tendo menor impacto ambiental do que o seu similar fóssil). O projeto de biometano em Minas Leão prevê uma capacidade de 5 mil metros cúbicos ao dia e se encontra em fase de licenciamento, devendo absorver investimento superior a R$ 70 milhões. Ainda há planos, mais iniciais, para desenvolver também uma planta desse biocombustível em São Leopoldo.
“Entendemos como prioritária para a CRVR, cada vez mais, a valorização dos serviços prestados”, frisa o executivo. Dentro do organograma de atividades, a CRVR faz a gestão das chamadas unidades de valorização sustentável de resíduos sólidos e é a controladora da Biotérmica, responsável pela geração da energia elétrica a partir dos gases oriundos dos resíduos ali depositados. Ambas as empresas estão sob o guarda-chuva do Grupo Solví.
Sobre os projetos que estão sendo desenvolvidos, Salamoni adianta que será buscado o apoio para o financiamento das iniciativas por meio de bancos de fomento como BRDE, Bndes e Badesul. O dirigente acrescenta que uma das opções para comercializar a energia será no ambiente do mercado livre (formado por grandes consumidores que podem escolher de quem vão adquirir o insumo). Uma pequena parte da geração vai ser utilizada pelos próprios complexos da CRVR/Biotérmica.