O governo gaúcho fala que não governa para "grupos corporativos", mas para "11 milhões de gaúchos", fazendo referência à sua "política de austeridade", que retira direitos e demite servidores. Esta afirmação gera uma dúvida: os empregados das fundações públicas, das empresas estatais, bem como os profissionais da educação, da segurança pública, da saúde e outras tantas "corporações" vinculadas ao Estado não fazem parte destes 11 milhões? E tem mais: nesta conta, as famílias destes servidores também são excluídas. É um contingente gigantesco que está sendo desconsiderado pela atual administração. Porém o Executivo e boa parte dos deputados não se deram conta de que estes "esquecidos" têm um grande poder nas mãos. O poder do voto. Outubro de 2018 bate à porta!
Este contingente é formado por mais de 340 mil matrículas, entre ativos e inativos. Se somarmos, pelo menos, mais duas pessoas por funcionário - com a prerrogativa do voto -, por família, temos mais de 1 milhão de títulos eleitorais. Considerando que o Estado do RS possui em torno de 8,3 milhões de eleitores, podemos afirmar que 12% são servidores ou fazem parte do círculo familiar destes. Um milhão de votos! Para termos ideia, nas últimas cinco eleições para governador, a diferença de votos entre os candidatos com as duas maiores votações foi, em média, 777 mil (9,4% do total de eleitores). Ou seja, o poder do funcionalismo público é enorme, a ponto de definir quem comandará o Executivo do estado. Neste mesmo raciocínio, este contingente é capaz de eleger, nada mais, nada menos, que 20 deputados estaduais, se considerarmos a média de 48 mil votos dos candidatos eleitos no pleito de 2014.
São contas simples, mas verdadeiras. Que cheguem as eleições deste ano! O funcionalismo estadual está preparado e já sabe em quem não votar, e a lista é grande!
Técnico eletrônico e contador