Quando a crua realidade toma conta dos noticiários se torna um tanto otimista falar que o nosso País tem altos e baixos no seu desenvolvimento. Na realidade, em termos de conquistas sociais, só persiste aquela velha e vã esperança de dias melhores e enquanto isso elas continuam crescendo como rabo de cavalo, ou seja, em direção ao chão.
Em raras ocasiões parece que vamos decolar e então vislumbramos outro patamar de industrialização, educação, saneamento, preservação ambiental e infraestrutura de qualidade, mas logo em seguida voltamos ao zero. Às vezes a economia cresce, mas a pobreza continua, pois sem cultura e educação não existe nenhuma possibilidade de se construir um país, e nesse círculo vicioso - de país não construído - existe apenas o parcial cumprimento das regras do mercado, cujos benefícios são auferidos bem longe da população. A riqueza é apenas aparente quando é para poucos, por isso a inteligência cidadã detesta a perigosa pobreza do País favela que a todos rodeia, impedindo que surja entre o povo maior lucidez, senso de justiça, discernimento, liberdade de pensamento e responsabilidade para com a sua escolha eleitoral, seus semelhantes e seu País. Alguns enxergam na política o quadro da dor com a moldura da desilusão e, realmente, sem cidadania e compreensão é quase impossível vislumbrar um horizonte de prosperidade e paz proporcionado pelos governantes e pela legislação.
A cada nova eleição se repetem algumas artimanhas diante da credulidade geral. Por isso, independentemente das ideologias, vale a pena ler o pensamento de Bertolt Brecht: "O analfabeto político é tão burro que se orgulha e estufa o peito dizendo que odeia a política. Não sabe o imbecil que, da sua ignorância política, nasce a prostituta, o menor abandonado, e o pior de todos os bandidos, que é o político vigarista, pilantra, corrupto e lacaio das empresas nacionais e multinacionais".
Engenheiro civil, Santa Maria/RS