Atende pelo nome de Haroldo um robô especialista em direito do consumidor criado pela Hurst para ajudar as pessoas que se sentiram lesadas por alguma empresa a irem atrás do que acreditam que merecem receber.
A interação se estabelece no perfil no Facebook (
www.facebook.com/HaroldoBot). O consumidor conta sua história, conversando por mensagens, ao Haroldo, ou escolhe uma das causas pré-programadas para aderir. Estes últimos geralmente são os casos que têm boas chances de sucesso, por afetarem muitas pessoas e empresas.
"Escolhemos aquelas causas em que as pessoas, muitas vezes, deixaram seus direitos para trás, porque os custos de transação e o tempo não valem para a compensação final individual", conta o diretor da Hurst, empresa responsável pela criação do Bot, Arthur Farache. Ele cita como exemplo os problemas que as pessoas enfrentam com companhias de distribuição de energia, como queima de equipamentos e falta de energia.
Graças ao uso da tecnologia de Inteligência Artificial, o sistema entende os aspectos jurídicos e, consequentemente, o problema relatado pelo cliente. Feito isso, endereça internamente a demanda para um dos atendentes da empresa.
Quando a relação se estabelece, o consumidor transfere para a Hurst o seu direito à indenização. Tudo é assinado eletronicamente, sem papel. A empresa passa a ser a titular do direito e assume todo o processo, desde a contratação de advogados e presença em audiências a todos os seus custos. No final, o consumidor recebe seu ressarcimento atualizado, pagando uma taxa de 30%. Como a Hurst não é um escritório advocatício, contrata advogados para cuidar das causas.
"A AI vai resolver boa parte dos problemas de conhecimento técnico que temos no mundo, mas não substitui o ser humano. O Haroldo é um intermediário, e não o imagino sem o suporte dos advogados para resolver os casos", analisa Farache. O robô já está ajudando a resolver casos em diversos estados brasileiros.
O Haroldo chegou ao mercado no final de fevereiro e continua em constante treinamento para aumentar os seus conhecimentos caso a caso. "A ideia é ir melhorando a experiência do nosso usuário com o sistema e lançar novos robôs para resolver problemas como os de direito tributário e de acionistas", relata o gestor.