O Brasil deu um passo importante em 2017, ao aprovar a reforma trabalhista, trazendo um pouco de modernidade às relações entre capital e trabalho. Privilegiar a livre negociação entre os que efetivamente estão na linha de frente da produção de bens e serviços - empregados e empregadores - é o que a maioria dos países desenvolvidos e das democracias sólidas já fizeram. Mas isso não veio de graça. Além do árduo trabalho que uma mudança dessa natureza exige, evidentemente há reflexos para alguns segmentos, especialmente nos sindicatos. Tornar facultativo o pagamento das contribuições, por exemplo, provocou uma drástica redução no orçamento das entidades.
Como empresário e líder sindical, sempre defendi que não houvesse obrigações como essas. Os sindicatos não podiam viver eternamente de receita cativa. Precisavam se tornar atrativos, com pautas reais e factíveis e, principalmente, eficácia em suas ações. Pois chegou esse momento. Numa época de tanta descrença nas instituições e nos seus líderes, o sindicalismo brasileiro tem uma grande oportunidade de se apresentar como um setor consistente e eficaz, atraindo associados e, através de suas contribuições espontâneas, manter as entidades em pleno funcionamento.
A contribuição financeira tem que ter uma razão de existir. A única razão é financiar as justas e legítimas ações em defesa das categorias representadas, sem a interferência partidária ou o privilégio a ideologias. Atrair associados e gerar benefícios para seus públicos, atualmente é o maior desafio dos quase 17 mil sindicatos brasileiros. A livre negociação e a efetividade das ações certamente serão um sustentáculo importante para que empresas e empregados sigam cada vez mais bem representados.
Presidente do Sindicato das Empresas de Asseio e Conservação/RS