Comentar

Seu coment�rio est� sujeito a modera��o. N�o ser�o aceitos coment�rios com ofensas pessoais, bem como usar o espa�o para divulgar produtos, sites e servi�os. Para sua seguran�a ser�o bloqueados coment�rios com n�meros de telefone e e-mail.

500 caracteres restantes
Corrigir

Se voc� encontrou algum erro nesta not�cia, por favor preencha o formul�rio abaixo e clique em enviar. Este formul�rio destina-se somente � comunica��o de erros.

Porto Alegre, domingo, 23 de outubro de 2016. Atualizado �s 18h05.

Jornal do Com�rcio

Panorama

COMENTAR | CORRIGIR

EXPOSI��O

Not�cia da edi��o impressa de 24/10/2016. Alterada em 21/10 �s 18h08min

Exposi��o celebra 80 anos de vida e 60 de carreira de Zoravia Bettiol

Retrospectiva Zoravia Bettiol - O lírico e o onírico abre no Margs amanhã

Retrospectiva Zoravia Bettiol - O l�rico e o on�rico abre no Margs amanh�


REPRODU��O/JC
Em 2016, a artista visual porto-alegrense Zoravia Bettiol completa 80 anos de vida e 60 de trajetória nas artes. Assinalando a comemoração, o Museu de Arte do Rio Grande do Sul Ado Malagoli (Praça da Alfândega, s/nº) apresenta a exposição Zoravia Bettiol - o lírico e o onírico. A inauguração acontece amanhã, a partir das 18h30min. A visitação segue desta quarta-feira até 11 de dezembro, de terça-feira a domingo, das 10h às 19h, com entrada franca. 
Conforme uma das curadoras, Paula Ramos, a iniciativa foi pautada no lirismo e na fantasia, aspectos marcantes da personalidade, do processo artístico e da poética de Zoravia. Trata-se de uma retrospectiva com ênfase nesses dois eixos: o lúdico e o introspectivo e, muitas vezes, crítico. Reunindo obras de mais de seis décadas dedicadas às criação, a mostra acontece na Pinacoteca do Margs. A curadoria é assinada ainda por Paulo Gomes. Ambos são professores, críticos e historiadores da arte, que há anos acompanham a trajetória da múltipla artista.
A mostra reúne desenhos, pinturas, gravuras, arte têxtil, objetos, ornatos e joias, além de registros de performances. Entre os destaques, está a série Sentar, sentir, ser, iniciada em 2005 e concluída em 2016. Surgida a partir da reflexão do grande tempo que permanecemos sentados, as imagens produzidas exibem a própria artista em poses e situações engraçadas, realizando ações que podem ser feitas nesta posição: comer, legislar, celebrar, fofocar, magicar. Solta no espaço, em meio à representação de elementos e adereços que identificam as atividades empreendidas, ela desponta em composições de cores cítricas e ridentes, que articulam fotografia, desenho, pintura e colagem.
Outro ponto alto é o conjunto completo de xilogravuras para a lenda A salamanca do Jarau, publicada por Simões Lopes Neto (1856-1916) em seu livro Lendas do Sul (1913). Zoravia ilustrou o texto no final dos anos 1950, produzindo 27 imagens que serão expostas pela primeira vez em sua totalidade, acompanhadas por vários estudos preparatórios.
Artista singular, a gaúcha ingressou no Instituto de Belas Artes (IBA), atual Instituto de Artes da Ufrgs, em 1952. Desde que surgiu no cenário nacional, no final da década de 1950, vem construindo uma vigorosa trajetória, assinalada pelo posicionamento político e social, bem como pela fantasia. A crítica Radhá Abramo, na apresentação do livro Zoravia Bettiol, a mais simples complexidade (Território das Artes, 2007), afirma: "A bem da verdade, sonhos e verdades configuram a obra e o universo artístico de Zoravia Bettiol, personagem vibrante das artes plásticas no Brasil. A diversidade de sua vasta obra, característica do seu trabalho de 50 anos em militância das artes plásticas, corresponde a um caleidoscópio da criação e da invenção intelectual". 
Apesar da pintura ter sido sua ênfase acadêmica, sua carreira transitou por diversos gêneros e suportes. Com obras em acervos de alguns dos mais importantes museus do mundo, Zoravia já realizou 136 exposições individuais, tendo apresentado seu trabalho em pelo menos 21 países. Em 1956, a artista começou seu percurso na gravura, quando passou a frequentar o ateliê de Vasco Prado (1914-1998), com quem dividiu parte da sua vida artística e afetiva. Casou-se com Vasco em 1959, tendo três filhos, em uma relação de 26 anos. Sua produção em gravura e, em especial, em xilogravura, valeu-lhe diversos prêmios e o reconhecimento nacional e internacional.
No final dos anos 1960, dedicou-se à arte têxtil - instaurando uma linguagem para toda uma geração - que, por sua vez, a conduziria às joias e essas aos headdresses, costumes e performances. Apesar da pluralidade, há uma incontestável unidade, nos temas e nas linguagens, bem como no aspecto narrativo de suas obras. Além disso, Zoravia tem seu lado ativista: interesses ecológicos, sociais e a crença em um mundo mais justo e fraterno.

Narrativa po�tica

Paralelamente � exposi��o retrospectiva da artista Zoravia Bettiol - apresentada como uma dif�cil tarefa de s�ntese de sua numerosa e prol�fica produ��o - na Pinacoteca do Margs (Pra�a da Alf�ndega, s/n�), est� em cartaz, no Caf� do espa�o cultural,�Zoravia - a constru��o da poesia, com fotografias de Gilberto Perin.�
Com curadoria e organiza��o de F�bio Andr� Rheinheimer, a mostra de retratos que montam� fragmentos da viv�ncia art�stica de Zoravia Bettiol, em pleno exerc�cio criativo, pode ser visitada at� 20 de novembro, com entrada franca, no mesmo hor�rio de funcionamento do museu (ter�a-feira a domingo, das 10h �s 19h).
De acordo com o curador, a s�rie de imagens in�ditas produzidas por Perin convidam�o observador a determinar (ou construir) poss�veis narrativas po�ticas.�O fot�grafo foi testemunha ocular de diferentes etapas do fazer art�stico durante um per�odo em que, transpostas as formalidades meramente profissionais, desenvolveu-se uma rela��o de cumplicidade entre ambos, que se faz vis�vel nesta exposi��o especialmente concebida para o Caf� do Margs.
COMENTAR | CORRIGIR
Coment�rios
Seja o primeiro a comentar esta not�cia