A AT&T fechou um acordo para comprar a Time Warner por mais de US$ 80 bilhões, de acordo com uma fonte familiarizada ao assunto, em um acordo que pode transformar a companhia telefônica em uma gigante da mídia.
A AT&T teria aceitado pagar entre US$ 105 e US$ 110 por ação e metade do acerto seria feito em dinheiro e a outra metade em ações. O acordo deve ser anunciado na noite deste sábado após os conselhos das duas companhias se reunirem para aprovar a transação.
Para a Time Warner, o acordo representa a vitória do chefe-executivo Jeff Bewkes, que havia sido pressionado por investidores a rejeitar uma oferta de aquisição da 21st Century Fox, por US$ 85 por ação há dois anos.
O acordo alinha os milhões de clientes de telefonia móvel e TV paga ao grande acervo de mídia da Warner, incluindo redes como CNN, TNT, o premiado canal HBO e os filmes e estúdios da Warner Bros. Para o diretor-executivo da AT&T, Randall Stephenson, o acordo ajudará a empresa a encontrar novas áreas de crescimento.
Encarando o mesmo problema de saturação no mercado de telefonia móvel, as duas maiores companhias de telecomunicações dos Estados Unidos fizeram apostas divergentes para o futuro.
Enquanto a AT&T se voltou para a televisão, a sua rival Verizon Communications procurou o Vale do Silício, com sua compra da AOL, no ano passado, por US$ 4,4 bilhões - além de uma oferta de aquisição do Yahoo por US$ 4,8 bilhões.
Ambas as operadoras estão tentando resolver a mesma questão - cada um com uma peça diferente da malfadada fusão AOL-Time Warner, de 2001. As companhias possuem milhões de clientes que pagam taxas mensais para usar suas redes para o compartilhamento de fotos, acesso a vídeos e a redes sociais em seus celulares.
Mas o negócio de telefonia móvel por si só tem mostrado dificuldade em impulsionar o crescimento agora que a maioria dos americanos possuem um smartphone. Ao mesmo tempo, seus dois rivais menores estão se afastando de sua base de assinantes.
"Elas precisam encontrar um caminho adiante para seus negócios principais que ofereça mais do que um declínio inexorável", disse Craig Moffett, um analista da MoffettNathanson. A internet, celulares e smartphones inflamaram um crescimento rápido, mas "pela primeira vez na memória, não há uma próxima 'grande coisa' no setor de telecomunicações".