Nomes conhecidos das artes visuais não faltam na nova exposição que toma conta da Fundação Iberê Camargo a partir da próxima quinta-feira. São 76 trabalhos da Fundação Edson Queiroz (FEQ), sediada em Fortaleza, que poderão ser vistas até 16 de outubro, gratuitamente.
O recorte expositivo apresenta obras produzidas entre as décadas de 1920 e 1960. Ao longo dos últimos 30 anos, a Fundação Edson Queiroz constituiu uma das mais sólidas coleções de arte brasileira, que percorre cerca de 400 anos de produção artística com obras significativas de todos os períodos.
Na Fundação Iberê Camargo - com curadoria da historiadora de arte Regina Teixeira de Barros -, o percurso inicia com Duas amigas, pintura referencial da fase expressionista de Lasar Segall e percorre os chamados anos heroicos do modernismo brasileiro, trazendo obras de Anita Malfatti, Antônio Gomide, Cícero Dias, Di Cavalcanti, Ismael Nery, Vicente do Rego Monteiro e Victor Brecheret.
A segunda geração modernista, que desponta na década de 1930, está representada por artistas como Alberto da Veiga Guignard, Cândido Portinari, Ernesto De Fiori e Flávio de Carvalho. Deste período, merecem destaque Alfredo Volpi e José Pancetti que, além de comparecerem com um número significativo de obras na Coleção da FEQ, estabelecem uma transição entre a pintura figurativa e a abstração, apresentada na sequência.
O núcleo da exposição dedicado à abstração geométrica - tendência que desponta nos últimos anos da década de 1940 e se consolida na década de 1950 - abrange pintores do grupo Ruptura, de São Paulo, e artistas dos grupos Frente e Neoconcreto, ambos do Rio de Janeiro.
Alguns dos nomes presentes nesse segmento são Amilcar de Castro, Franz Weissmann, Hélio Oiticica, Hércules Barsotti, Luiz Sacilotto, Lygia Clark e Willys de Castro, entre outros. Dois pioneiros da arte cinética participam deste recorte: Abraham Palatnik, com um objeto cinético, e Sérvulo Esmeraldo, com um excitável.
A exposição reúne ainda uma seleção de artistas que não aderiram a nenhum grupo, mas que adotaram uma linguagem abstrato-geométrica singular, mesclando-a com um certo lirismo. Destacam-se, nessa seção, os pintores Antonio Bandeira, Maria Helena Vieira da Silva e Maria Leontina.
A última sala da mostra é consagrada à abstração informal e encerra a exposição com a pintura
Vermelho e Preto, assinada por Iberê Camargo em 1968, criando um vínculo entre arte moderna na Coleção da Fundação Edson Queiroz e a Fundação Iberê Camargo. Mais informações em
www.iberecamargo.org.br.