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pensar a cidade

- Publicada em 24 de Março de 2022 às 20:06

Quem são os grupos que pensam Porto Alegre

Por quem é feita uma cidade? O espaço de convivência que caracteriza as áreas urbanas tem como base a vida em sociedade. Assim sendo, é feita coletivamente e envolve todas as pessoas que nela vivem, trabalham ou visitam. Existem as responsabilidades próprias do poder público e aquelas que são assumidas pela iniciativa privada. Paralelo a isso, grupos se reúnem em torno de pautas em comum com a proposta de impactar positivamente o espaço coletivo. Neste aniversário de 250 anos de Porto Alegre, apresentamos três grupos que têm como pauta pensar a cidade.
Por quem é feita uma cidade? O espaço de convivência que caracteriza as áreas urbanas tem como base a vida em sociedade. Assim sendo, é feita coletivamente e envolve todas as pessoas que nela vivem, trabalham ou visitam. Existem as responsabilidades próprias do poder público e aquelas que são assumidas pela iniciativa privada. Paralelo a isso, grupos se reúnem em torno de pautas em comum com a proposta de impactar positivamente o espaço coletivo. Neste aniversário de 250 anos de Porto Alegre, apresentamos três grupos que têm como pauta pensar a cidade.

AtuaPOA quer participação da sociedade no planejamento

Lançamento do coletivo aconteceu em dezembro de 2019

Lançamento do coletivo aconteceu em dezembro de 2019


/Stela Pastore/DIVULGAÇÃO/JC
A revisão do Plano Diretor de Porto Alegre entrou na pauta em 2019 e despertou preocupação de parcela da sociedade em garantir participação popular. Foi esse motivo que uniu, no fim daquele ano, mais de 80 grupos da sociedade civil - entidades de classe, movimentos sociais, academia e outros - em torno do Atua POA Todxs Nós.
"Nos unimos para enfrentar, de maneira articulada, o processo de revisão do Plano Diretor conforme vinha sendo conduzido pela prefeitura", conta a arquiteta e urbanista Renata Carrero, que integra a coordenação do coletivo. O descontentamento da origem se mantém diante da pouca transparência e publicização do processo, aliado ao que os grupos entendem como "retrocesso democrático em relação a parâmetros anteriores".
Renata lembra que o planejamento na Capital já foi pautado pela segregação espacial, mas viveu por cerca de duas décadas um período de maior abertura à participação. É isso que o Atua POA busca resgatar. "Queremos uma ampla discussão social em torno das questões urbanas. Que a população seja convidada a participar, não só para opinar sobre as regras que estão sendo colocadas, mas também sobre a metodologia para definir essas regras", pontua.
Para o coletivo, a reunião de grupos com acúmulo de experiência e de debate sobre o direito à cidade é o respaldo como representação social perante o poder público. E tendo o Plano Diretor como guia, acompanha outras pautas de Porto Alegre com foco no regramento urbanístico. Um exemplo é o apoio ao movimento de preservação ambiental na Zona Sul, contrário ao projeto que muda as regras para construção na Fazenda do Arado.
As ações do Atua POA e os canais de contato estão disponíveis no site atuapoa.home.blog e nas redes sociais, ou por intermédio de algum dos grupos que fazem parte do coletivo.

Distrito Criativo se mobiliza pela valorização do território

Distrito Criativo quer valorizar patrimônio histórico e ambiental

Distrito Criativo quer valorizar patrimônio histórico e ambiental


Divulgação Distrito C
Um grupo com mais de 90 empresas e profissionais de diversos ramos se une há quase 10 anos em torno do Distrito Criativo - ou Distrito C -, que concentra a maior parte das atividades no 4º Distrito e abriga setores ligados à economia criativa, de conhecimento e de experiência.
"O Distrito Criativo é uma aliança de empreendedores privados que buscam a melhoria do território com valorização do patrimônio histórico e ambiental", explica Jorge Piqué, fundador da Agência UrbsNova, que desenvolve o projeto. Embora a área onde o grupo mais atua seja lembrada pelas cervejarias e casas noturnas, o coletivo é bem mais amplo. Reúne, dentre outros, galerias de arte, antiquários, ateliês e escolas de arte, dança e teatro.
Agora que a região está de volta à pauta, com a proposta da prefeitura de revitalizar bairros do 4º Distrito, Piqué convida a olhar além da atração de investimentos na vida noturna ou na área de tecnologia - importantes, ele destaca, mas que sozinhos não sustentam a dinâmica de uma área tão grande da cidade. "Tem que ter coisas interessantes acontecendo e todos esse comércio ligado à economia criativa".
O grupo não tem relação com o poder público, mas busca essa interação para apresentar suas demandas e contribuir para a qualificação da cidade. Recentemente, voltou a integrar o Comitê Municipal de Economia Criativa - esse é um termo importante para as empresas que integram o Distrito C, que apresentam como contribuições à cidade o desenvolvimento econômico.
As atividades do Distrito Criativo ou aquelas ligadas a algum dos integrantes são divulgadas nos canais do grupo nas redes sociais e no site distritocriativo.wordpress.com.
 

POA Inquieta quer a transformação da Capital

Encontros do POA Inquieta serão retomados no dia 28; na foto, em janeiro de 2020

Encontros do POA Inquieta serão retomados no dia 28; na foto, em janeiro de 2020


Divulgação POA Inquieta
A inquietação coletiva em torno das necessidades de Porto Alegre uniu, em 2018, pessoas dispostas a transformá-la numa cidade inclusiva e sustentável para todos. Essa ideia pode resumir o propósito do POA Inquieta, mas a atuação não fica nisso: "a construção é contínua", destaca Fernanda Sequeira, empreendedora em sustentabilidade e uma das articuladoras do grupo.
Ela explica que "através do POA Inquieta conseguimos estabelecer conexões entre pessoas e seus projetos" e alcançam a representatividade que permite acesso aos debates da cidade. A estimativa é que estejam conectados mais de 3 mil "inquietos", jeito de se referir aos integrantes do coletivo. E para que cada um possa contribuir de acordo com a sua área, as atividades se concentram especialmente nos mais de 30 grupos temáticos.
Para alcançar o propósito de transformar Porto Alegre, o coletivo busca inspiração em outras cidades. A principal é Medelín, na Colômbia: "foi de uma das cidades mais violentas do mundo para uma das mais inovadoras em 20 anos. Isso aconteceu com planejamento", destaca Fernanda, lembrando que o espanhol Josep Piqué, que presta consultoria ao Pacto Alegre, atuou lá.
A participação é voluntária e aberta. Os encontros são divulgados nas redes sociais. O próximo será no dia 28 - o primeiro presencial desde a pandemia. Informações no site poainquieta.com.br/coletivo.