O encerramento do projeto RS: Resiliência&Sustentabilidade ocorrerá na próxima sexta-feira (14), a partir das 9h, em uma Conferência Científica aberta ao público no salão de Atos da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (Ufrgs), em Porto Alegre. Na ocasião, será apresentado livro que reúne 10 pesquisas feitas desde o ano passado por universidades gaúchas a respeito de questões envolvendo as alterações climáticas e as cheias.
Um dos coordenadores do projeto, João Ferrer, comenta que se trata de um legado de reflexão sobre as enchentes que atingiram o Rio Grande do Sul, assim como estudos para apontar caminhos para evitar novos desastres ou indicar políticas públicas que permitam à sociedade se adaptar às nossas condições climáticas. “É basicamente um projeto que envolve a inteligência instalada no Rio Grande do Sul para pensar e discutir o problema da mudança climática”, enfatiza Ferrer.
Foram selecionadas dez linhas de pesquisa que contaram, no total, com recursos na ordem de R$ 800 mil. A iniciativa foi financiada através de uma doação dirigida à Fundação Escola de Sociologia e Política de São Paulo (FESPSP) pela Open Society Foundations, instituição global de filantropia privada que apoia grupos independentes que trabalham pela justiça, governança democrática e direitos humanos. A ação também contou com a promoção da então Secretaria para Apoio à Reconstrução do Rio Grande do Sul (SERS), do governo federal.
Os estudos foram conduzidos pela Ufrgs (3), Unipampa (1), UFSM (2), UFCSPA (1), UFPel (1) e Furg (2). O contrato previa, ao final, a entrega de um artigo por parte de cada uma dessas instituições. Ferrer reitera que esses documentos servirão como subsídios para o desenvolvimento de políticas públicas. Ele detalha que há trabalhos de áreas temáticas muito diversas. Ferrer cita como exemplo o segmento de agronomia, tratando da recuperação dos solos que são atingidos por desastres climáticos, e a pesquisa no campo da meteorologia, com a ideia de um novo sistema de prevenção baseado na Inteligência Artificial para ter maior precisão nas previsões de tempo. Além disso, há uma avaliação sobre a economia gaúcha, indicando que quanto mais diversificada, mais resiliência ela terá.
Sobre a origem de trabalhos abordando o tema, o coordenador do RS: Resiliência&Sustentabilidade considera que avaliações feitas por especialistas gaúchos e de fora do Estado podem ser complementares. “Não acho que tenha contradição em escutar aquilo que os nossos cientistas locais estão dizendo e ouvir experiências internacionais. O que a gente não pode fazer é esquecer que aqui há uma inteligência instalada que tem capacidade de reflexão”, sustenta Ferrer.
O evento de sexta-feira no salão de Atos da Ufrgs contará com um painel de abertura com uma das principais autoridades mundiais em mudanças do clima, a economista filipina Sara Ahmed, conselheira do V20 (grupo de países mais vulneráveis a esse fenômeno). Estará presente também, para o painel de encerramento, a diretora de Políticas para Adaptação e Resiliência à Mudança do Clima do Ministério do Meio Ambiente, Inamara Mélo. Entre a abertura e o encerramento, os pesquisadores apresentarão seus artigos para o público presente. A programação completa pode ser acessada no site rs-resiliente.com.br, onde é possível realizar a inscrição, que é gratuita.