Os juros futuros fecharam em baixa, descolados do movimento do dólar, que nesta terça-feira, 26, avança contra o real, renovando máximas na última hora. O alívio das taxas reflete a ata do Comitê de Política Monetária (Copom) que confirmou a leitura feita pelos economistas do comunicado da reunião da semana passada, de que o cenário básico do Banco Central é de manutenção da Selic em 6,50% no encontro dos dias 31 de julho e 1º de agosto.
A perspectiva de que o plenário do Supremo Tribunal Federal (STF) julgue somente após o recesso do Judiciário o recurso da defesa do ex-presidente Lula de que o pedido de liberdade do petista seja analisado pelo tribunal também contribuiu para o recuo dos juros.
O contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2019 fechou a sessão regular com taxa de 6,925%, de 7,000% no ajuste anterior, e a taxa do DI para janeiro de 2020 caiu de 8,54% para 8,41%. A taxa do contrato para janeiro de 2021 fechou em 9,39%, de 9,54%. O DI para janeiro de 2023 encerrou com taxa de 10,91%, de 11,09%.
"Hoje prevalece o efeito ata, que veio sem novidade ante o comunicado. O BC continua sinalizando Selic de 6,50% e que não parece ter pressa para subir o juro", disse a economista da Azimut Brasil Wealth Management, Helena Veronese.
Na ata, os diretores mais uma vez sinalizaram que não usarão a política monetária para controlar o câmbio, ao afirmar que o "Copom deve pautar sua atuação com foco em evolução das projeções e expectativas de inflação".
Com relação ao impacto da greve dos caminhoneiros, em maio, na inflação, o texto indica que o cenário básico embute efeitos temporários e significativos da paralisação sobre o IPCA e o PIB. Sobre o fato de o Copom não ter sinalizado uma tendência para a Selic nos próximo meses, a ata diz que a "incerteza atual recomenda se abster de dar indicações de próximos passos da política monetária".
Na precificação da curva, a expectativa de alta da Selic na reunião do Copom de agosto, que até a segunda-feira era próxima de 80%, nesta terça está em torno de 55%, segundo cálculos dos analistas, contra 45% de chance de manutenção.
As taxas sustentaram-se em baixa mesmo com a pressão no câmbio. O dólar renovou máximas ante o real na última hora, acompanhando a aceleração dos ganhos no exterior.
Além disso, como o BC nesta terça não fez leilões extraordinários nem de linha (venda com compromisso de recompra) nem de contratos de swap, tampouco indicou o que deve fazer na quarta-feira, o mercado estaria um pouco desconfortável. Às 16h36, a moeda no segmento à vista estava em R$ 3,7991 (+0,60%), na máxima.