Pequim
O sistema de locação de bicicletas em Pequim está trazendo um problema para as empresas do setor. Ao contrário do que ocorre no Brasil, onde a locação de bikes ainda está em uma fase de consolidação e expansão, esse modelo de negócio enfrenta na China uma questão inversa e, em certos pontos, é um desafio para a continuidade deste mercado.
Há excesso de bicicletas para locação na capital, muitos questionam o espaço que ocupam nas calçadas, e as empresas estão enfrentando dificuldades para se manter devido ao baixo valor de aluguel, ao elevado custo de manutenção e pela necessidade de encontrar o equilíbrio financeiro.
No final de 2017 uma das principais empresas de locação de bikes foi à falência (a Bluegogo's, entre as cinco maiores do setor) e neste ano outra grande do setor, a Ofo, também divulgou prejuízos e dificuldades para se manter no negócio.
Vale lembrar que, quando esse segmento "estourou" na China, há mais de cinco anos, a locação de bicicletas salvou mais de uma fabricante do produto. Agora, são essas salvadoras que correm o risco de sucumbir. A manutenção, o conserto e a reposição de bicicletas é cara, e o valor de locação, baixo.
"Isso gerou desequilíbrio financeiro. O que tem sustentado o setor são as empresas que efetuam a cobrança por celular, que custeiam parte do sistema para, em troca, terem dados importantes de movimentação dos consumidores que locam as bikes. Mas para sobreviver as locadoras terão de encontrar novas formas de ganhos", explica o professor Li Meng, especialista em inovação da Universidade de Pequim.