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Porto Alegre, quinta-feira, 17 de maio de 2018.

Jornal do Com�rcio

Economia

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Ind�stria

Not�cia da edi��o impressa de 18/05/2018. Alterada em 17/05 �s 22h32min

Programa Rota 2030 pauta encontro de ferramentarias

Retomada do programa, encerrado em dezembro, vem sendo protelada em função da renúncia fiscal

Retomada do programa, encerrado em dezembro, vem sendo protelada em fun��o da ren�ncia fiscal


/FREDY VIEIRA/JC
Roberto Hunoff, de Caxias do Sul
O eixo central dos debates do 11� Encontro Nacional de Ferramentarias (Enafer), que teve in�cio nesta quinta-feira, em Caxias do Sul, � o Programa Rota 2030, novo regime para o sistema automotivo em substitui��o ao Inovar-Auto, que teve sua vig�ncia encerrada em dezembro de 2017. O formato do novo regime e suas condi��es interessa diretamente � ind�stria de ferramentais, que tem no segmento automotivo um de seus maiores clientes.
O programa, que deve ser anunciado pelo governo ainda em maio, � considerado vital para dar sustentabilidade a todos os participantes da cadeia automotiva, pois demandar� aumento no uso de conte�dos nacionais, criando mais e novas oportunidades de neg�cios. Os ajustes finais em discuss�o entre �reas do governo federal e setores empresariais diretamente envolvidos ser�o expostos por Igor Calvet, titular da Secretaria de Desenvolvimento e Competitividade Industrial do Minist�rio do Desenvolvimento, Ind�stria e Com�rcio Exterior (Mdic), durante palestra no in�cio da tarde desta sexta-feira, no UCS Teatro, onde se concentrar� toda a programa��o.
Programado para ser anunciado em agosto do ano passado, o Rota 2030 vem sendo protelado sucessivamente. O ponto cr�tico tem sido a contrariedade dos t�cnicos da Fazenda � prov�vel ren�ncia de impostos na ordem de R$ 1,5 bilh�o, valor a ser destinado � �rea de desenvolvimento e pesquisa.
Segundo Christian Dihlmann, presidente da Associa��o Brasileira de Ferramentais (Abinfer), o setor tem consci�ncia de que dificilmente se repetir�o as diretrizes de funcionamento do Inovar-Auto. Por�m h� um anseio claro por isonomia frente �s condi��es de disputa verificadas no mercado externo. "N�o queremos agir sem regras, mas, quando se permite que outros pa�ses o fa�am e ainda se comprem moldes de l�, a luta fica injusta. O Brasil precisa gerar emprego, mas coloca regras demais, que inviabilizam a competitividade. Concorremos com pa�ses que n�o t�m o m�nimo respeito pelo meio ambiente, onde as ind�strias n�o t�m sequer que atender �s normas de um conselho de engenharia e arquitetura. Deste jeito, as empresas brasileiras v�o fechando, gerando desemprego e acabando com o poder aquisitivo da popula��o. Se continuar assim, n�o haver� mercado consumidor interno nem para adquirir os produtos que v�m da China", adverte.
Gelson de Oliveira, vice-presidente t�cnico da Abinfer, acrescenta que as regras do jogo devem ser claras para que o empres�rio possa definir a sua estrat�gia de neg�cio, direcionando a��es para o mercado interno ou apostando no externo. Segundo ele, o Inovar-Auto garantiu que as ferramentarias se mantivessem ativas, mesmo com as dificuldades decorrentes da crise. "Teria sido muito pior sem o Inovar-Auto. Por isso, a necessidade urgente da aprova��o do Rota 2030", sustentou.
Oliveira, empres�rio do setor em Caxias do Sul, lembrou que, atualmente, a capacidade instalada nas ferramentarias atende em torno de 30% das demandas da ind�stria automotiva. Atualmente, o �ndice m�dio de atendimento � de 15%. "No momento, quem determina como e onde ser�o feitos os moldes � a matriz das montadoras. Por isso, a sa�da para resolver essa equa��o � uma pol�tica governamental, importante, inclusive, para as montadoras", assinala.
A defini��o das regras � importante para que as empresas possam se preparar diante da perspectiva de retomada mais intensa da atividade econ�mica nos pr�ximos anos. De acordo com Jos� Alceu Lorandi, integrante do Conselho Fiscal da Abinfer, e diretor da Ind�stria de Matrizes Belga, de Caxias do Sul, o ano de 2018 ainda ser� de instabilidade em raz�o do processo eleitoral de outubro, mas os seguintes, de 2019 a 2021, apontam para um desempenho mais consistente.
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