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Economia

- Publicada em 17 de Maio de 2018 às 21:51

Bolsa de Valores de São Paulo sofre a maior queda em um ano

Um dia após o Banco Central (BC) manter a taxa de juros em 6,5% ao ano por causa das turbulências internacionais, o exterior voltou a provocar instabilidade no mercado brasileiro. A alta dos rendimentos de títulos norte-americanos pressionou o dólar nesta quinta-feira. Já a bolsa brasileira teve a maior queda diária em um ano, afetada por uma venda generalizada de ativos.
Um dia após o Banco Central (BC) manter a taxa de juros em 6,5% ao ano por causa das turbulências internacionais, o exterior voltou a provocar instabilidade no mercado brasileiro. A alta dos rendimentos de títulos norte-americanos pressionou o dólar nesta quinta-feira. Já a bolsa brasileira teve a maior queda diária em um ano, afetada por uma venda generalizada de ativos.
O mercado brasileiro de ações ingressou em um forte movimento de correção nesta quinta-feira e terminou o dia aos 83.623 pontos, em queda de 3,37% (ou 2.915 pontos). Foi o maior recuo percentual desde 18 de maio do ano passado (-8,80%), quando veio à tona o caso JBS, com denúncias contra o presidente Michel Temer. As perdas do dia foram generalizadas, mas atingiram principalmente as ações de maior liquidez, com destaque para Petrobras e bancos.
Analistas apontaram uma série de fatores para justificar tamanha reação dos investidores, desde uma realização de lucros mais forte até um aumento da aversão ao risco. Do ponto de vista da realização de lucros, a justificativa é que algumas ações estariam demasiadamente esticadas, como é o caso de Petrobras ON, que alcançava valorização superior a 25% somente em maio. Do lado da aversão ao risco, analistas apontaram questões como o cenário externo negativo e a nova apreciação do dólar, um dia depois de o BC ter mantido a taxa Selic inalterada, em meio a ruídos de comunicação com o mercado e dúvidas quanto à atuação futura do BC.
De todo modo, a manutenção dos juros anunciada na quarta-feira, quando ampla maioria do mercado esperava um corte de 0,25 ponto, permeou as discussões ao longo de todo o pregão. Nesse cenário, o Ibovespa já iniciou o dia em queda, até então moderada. O grande impulso vendedor veio à tarde, quando o indicador chegou a cair até 3,65% (83.377 pontos), sob efeito das operações de zeragem de posições.
Ao final do pregão, Itaú Unibanco PN teve queda de 5,23%, enquanto Banco do Brasil ON perdeu 4,20% e Bradesco ON, 5,42%. Petrobras ON e PN terminaram o dia com perdas de 4,49% e 5,26%, em dia de desempenho fraco dos preços do petróleo. Vale ON recuou 0,93%. Com o resultado desta quinta-feira, o Ibovespa passa a contabilizar perda de 2,90% em maio e alta de 9,45% no ano.
A interrupção da queda da Selic não foi suficiente para conter o dólar nesta quinta-feira, com o cenário externo definindo mais um dia de valorização da moeda norte-americana - embora a movimentação continue acompanhando a tendência global. O dólar à vista fechou cotado a R$ 3,6994, em alta de 0,65%, maior valor desde 16 de março de 2016, quando encerrou o dia a R$ 3,7426 - naquele dia, a crise pré-impeachment da presidente Dilma Rousseff estava praticamente no auge, com a nomeação do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva para a Casa Civil. O giro ficou em cerca de US$ 1,2 bilhão.
Após o anúncio de quarta-feira do Copom, o mercado esperava que o dólar até poderia devolver um pouco da valorização ante o real, mas só se o cenário externo colaborasse, o que não aconteceu. O dólar teve dia de alta em relação a outras moedas emergentes, e os juros norte-americanos continuaram em alta.
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