A produção brasileira de grãos na safra 2017/18 deverá alcançar 229,53 milhões de toneladas, segundo a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).
A soja é a maior responsável pelo bom desempenho da produção. A leguminosa, em fase final de colheita, deve alcançar 114,96 milhões de toneladas, aumento de 0,8% ante a safra anterior. Por isso, quando alguns atacam os agropecuaristas do Brasil em nome de um viés absolutamente ideológico, sem fundamentos sequer razoáveis, também se fica sabendo que as exportações do agronegócio cresceram 4,1% em valor em março em relação a igual mês de 2017, segundo o Ministério da Agricultura. O faturamento alcançou, no mês passado, US$ 9,08 bilhões, ante US$ 8,73 bilhões de março/2017. Já as importações cederam 6,9% em valor, para US$ 1,29 bilhão, resultando em um saldo comercial positivo de US$ 7,79 bilhões.
Salientaram-se, no valor exportado, o complexo soja, carnes, produtos florestais, complexo sucroalcooleiro e café. Estes cinco segmentos representam 84,4% das exportações do setor.
Ora, quando estamos vivendo uma turbulência jurídico-política é bom confirmar, mais uma vez, da importância das commodities do País. Mesmo que se lembre que o ideal seria vender com valores agregados, o agronegócio surge, historicamente, como um setor robusto da economia e que sustenta, em tempos de crise econômico-financeira, a balança comercial brasileira. Em consequência, ajuda no equilíbrio das contas externas, algo mais do que importante também. A Ásia se manteve como principal região de destino das exportações do agronegócio, somando US$ 4,65 bilhões. A União Europeia ocupou a segunda posição no ranking de blocos econômicos e regiões geográficas de destino das vendas externas do agronegócio nacional no mês. Assim, o superávit comercial do agronegócio subiu de US$ 16,76 bilhões para US$ 17,86 bilhões, um recorde. Portanto, os recentes ataques contra os financiamentos recebidos pelo setor - que são pagos aos bancos, com ou sem incentivos de juros menores - não correspondem à verdade. O fato é que o agricultor sempre está com um olho na lavoura e outro no céu, buscando cuidar do que plantou e para antecipar o tempo que terá pela frente, sol ou chuva, calor ou frio. Uma mudança brusca, como tem acontecido, pode derrubar plantações inteiras, trazendo prejuízos irrecuperáveis.
É histórica a participação do agronegócio na economia gaúcha, fazendo oscilar, vez que outra, como atualmente, a arrecadação do Tesouro Estadual, com suas boas ou más consequências. Por isso não se compreende tanta aversão ao trabalho agrícola, mesmo se sabendo que em todas as atividades humanas sempre podem ocorrer problemas, inclusive desvios de conduta. Muito antagonismo contra um setor tão maiúsculo da nossa economia.
Mesmo com industrialização crescente do Rio Grande do Sul nas últimas décadas, cabe ao agronegócio alavancar fornecedores e empregar muito, apesar de toda a mecanização surgida, com máquinas fazendo o trabalho de diversos trabalhadores. Mas, o engenho humano ainda é insubstituível na operação destas maravilhas tecnológicas no plantio e, muito mais, na colheita daquilo que é plantado. Portanto, criticar os agropecuaristas é, além de uma injustiça ao generalizar, ofender um setor da economia que só tem trazido bons resultados ao Estado e ao Brasil como um todo. Falta uma visão correta do setor, para alguns, que não enxergam a pujante agropecuária real.