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- Publicada em 28 de Setembro de 2017 às 16:51

Reconhecimento facial começa em ônibus de Porto Alegre

Câmera ficou acima do validar da passagem que agora está depois da catraca do ônibus

Câmera ficou acima do validar da passagem que agora está depois da catraca do ônibus


PATRÍCIA COMUNELLO /ESPECIAL/JC
Patrícia Comunello
Usuários de ônibus de Porto Alegre já começam a perceber mudanças ao passar pela catraca da bilhetagem. Primeiro, o validador do cartão mudou de lugar ficando depois da catraca, e, segundo, acima do aparelho agora tem uma câmera que faz o reconhecimento facial do passageiro. Na mira do equipamento, estão donos de cartões com isenção de passagem - 35% dos usuários -, e estudantes com o TRI escolar que pagam meia passagem, que respondem por 14% dos pagantes, e que ainda têm isenção na segunda passagem. Todo mês são 23,2 milhões de usuários que circulam pelo sistema. A receita dos 14,1 milhões de pagantes hoje é estimada em quase R$ 60 milhões.  
Usuários de ônibus de Porto Alegre já começam a perceber mudanças ao passar pela catraca da bilhetagem. Primeiro, o validador do cartão mudou de lugar ficando depois da catraca, e, segundo, acima do aparelho agora tem uma câmera que faz o reconhecimento facial do passageiro. Na mira do equipamento, estão donos de cartões com isenção de passagem - 35% dos usuários -, e estudantes com o TRI escolar que pagam meia passagem, que respondem por 14% dos pagantes, e que ainda têm isenção na segunda passagem. Todo mês são 23,2 milhões de usuários que circulam pelo sistema. A receita dos 14,1 milhões de pagantes hoje é estimada em quase R$ 60 milhões.  
Pelo menos 85 ônibus dos consórcios que atendem diversas regiões da cidade já rodam com o equipamento, cumprindo o contrato da licitação do serviço firmado em 2015 e, mais ainda, o decreto do prefeito Nelson Marchezan Júnior (PSDB) que deu prazo para a tecnologia começar a ser implantada. A Carris ainda não instalou a biometria e estaria analisando a compra dos aparelhos, informa a Associação de Transportadores de Passageiros (ATP).
O decreto foi publicado no dia 22 e estipulou 30 dias para começar a execução, com término em 2018. Além disso, também deu data para começar a colocação de sistema de monitoramento de vídeo co gravação de imagens em Circuito Fechado de Televisão (CFTV) e GPS. A ATP gerencia a aquisição e diz que foram compradas 300 câmeras e validador (é necessário comprar os dois para cada veículo) para uma primeira fase de uso do equipamento e para verificar a eficiência, diz o diretor-executivo da entidade, Gustavo Smionovschi. A previsão é que em, até 10 dias, o número instalado dobre para mais de 150 em funcionamento. Um mês e meio depois todos os conjuntos devem estar ligados. O sistema só serve hoje para a verificação dos isentos e de quem tem desconto. Apenas estes cartões têm fotos.  
A prefeitura espera que o reconhecimento reduza o uso indevido do cartão isento ou de meia passagem, como transferência do titular a outra pessoa e até fraudes. O benefício não pode ser transferido a outra pessoa, ou seja, mesmo o simples 'emprestar' é proibido. A ATP diz que não tem um índice do que poderia significar as irregularidades e evita comparar com outras localidades que possam mapear o problema. "Identificamos as pessoas que não são as titulares, mas precisamos ver como isso se comporta", diz o executivo. 

Os 4 passos do reconhecimento do passageiro:

  • 1. Ao passar pela catraca, o dono do cartão é alvo da câmera, que registra pelo menos seis fotos. Uma orientação que deve começar a ser adotada pelo cobrador é para que o usuário olhe para o equipamento ao passar o cartão.
  • 2. O passo seguinte é transmitir as imagens captados na bilhetagem a uma central que tem os arquivos do cadastro dos portadores dos cartões, que é mantido pela EPTC e tem dados e foto. É o cadastro que cada segmento faz para poder usar o benefício da isenção ou redução do valor. Para isso, o arquivo de imagens é baixado no sistema depois que o ônibus vai para a garagem da empresa. Portanto, a identificação não é em tempo real - na hora que a pessoa passa pela catraca.
  • 3. Programa confronta as imagens registradas com a que existe no cadastro da EPTC. O sistema trabalha com níveis de confiança. Acima de 80% indica que a pessoa é a dona do cartão. Abaixo disso, serão feitas verificações para concluir se há ou não problema. O sistema vai gerar uma imagem a ser analisada por operadores que decidirão se há ou não irregularidade.
  • 4. Se for constatado que não é o dono do cartão, o operador faz um laudo para a EPTC. A empresa pública vai avaliar, poderá bloquear o cartão e convocar a pessoa a prestar esclarecimentos.          
Um dos trunfos do sistema, explica o diretor executivo, é que passa a considerar os próprios registros feitos como balizadores da autenticidade do usuário. "É a inteligência do sistema, que passa a usar as imagens para comparar", diz o diretor. Ele fala que ainda são necessários ajustes na operação. Para poder dar conta da exigência, a ATP também contratou quatro operadores que fazem a verificação. Até o momento, foi investido R$ 1,8 milhão para instalar equipamentos em 300 ônibus. O custo para colocar nos 1.011 ônibus restantes é avaliado em R$ 6 milhões. O custo mensal para manter o sistema é de R$ 120 mil, considerando os 1.311 ônibus da frota privada, informa a ATP.
Smionovschi garante que antes mesmo do decreto já haviam sido encomendadas as câmeras, mas admite que o prazo estipulado pelo prefeito foi surpresa. "Não sabíamos que ia ter data, e vai depender da capacidade financeira das empresas e impacto na tarifa", condiciona. "Todo custo por contrato vai para a tarifa. É preciso ter cautela de colocar a tecnologia e tarifa não subir que as pessoas não possam pagara pela passagem." O presidente da EPTC, Marcelo Soletti, disse que haverá impacto na tarifa.  
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