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Reconhecimento facial começa em ônibus de Porto Alegre
Câmera ficou acima do validar da passagem que agora está depois da catraca do ônibus
PATRÍCIA COMUNELLO /ESPECIAL/JC
Patrícia Comunello
Usuários de ônibus de Porto Alegre já começam a perceber mudanças ao passar pela catraca da bilhetagem. Primeiro, o validador do cartão mudou de lugar ficando depois da catraca, e, segundo, acima do aparelho agora tem uma câmera que faz o reconhecimento facial do passageiro. Na mira do equipamento, estão donos de cartões com isenção de passagem - 35% dos usuários -, e estudantes com o TRI escolar que pagam meia passagem, que respondem por 14% dos pagantes, e que ainda têm isenção na segunda passagem. Todo mês são 23,2 milhões de usuários que circulam pelo sistema. A receita dos 14,1 milhões de pagantes hoje é estimada em quase R$ 60 milhões.
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Usuários de ônibus de Porto Alegre já começam a perceber mudanças ao passar pela catraca da bilhetagem. Primeiro, o validador do cartão mudou de lugar ficando depois da catraca, e, segundo, acima do aparelho agora tem uma câmera que faz o reconhecimento facial do passageiro. Na mira do equipamento, estão donos de cartões com isenção de passagem - 35% dos usuários -, e estudantes com o TRI escolar que pagam meia passagem, que respondem por 14% dos pagantes, e que ainda têm isenção na segunda passagem. Todo mês são 23,2 milhões de usuários que circulam pelo sistema. A receita dos 14,1 milhões de pagantes hoje é estimada em quase R$ 60 milhões.
Pelo menos 85 ônibus dos consórcios que atendem diversas regiões da cidade já rodam com o equipamento, cumprindo o contrato da licitação do serviço firmado em 2015 e, mais ainda, o decreto do prefeito Nelson Marchezan Júnior (PSDB) que deu prazo para a tecnologia começar a ser implantada. A Carris ainda não instalou a biometria e estaria analisando a compra dos aparelhos, informa a Associação de Transportadores de Passageiros (ATP).
O decreto foi publicado no dia 22 e estipulou 30 dias para começar a execução, com término em 2018. Além disso, também deu data para começar a colocação de sistema de monitoramento de vídeo co gravação de imagens em Circuito Fechado de Televisão (CFTV) e GPS. A ATP gerencia a aquisição e diz que foram compradas 300 câmeras e validador (é necessário comprar os dois para cada veículo) para uma primeira fase de uso do equipamento e para verificar a eficiência, diz o diretor-executivo da entidade, Gustavo Smionovschi. A previsão é que em, até 10 dias, o número instalado dobre para mais de 150 em funcionamento. Um mês e meio depois todos os conjuntos devem estar ligados. O sistema só serve hoje para a verificação dos isentos e de quem tem desconto. Apenas estes cartões têm fotos.
A prefeitura espera que o reconhecimento reduza o uso indevido do cartão isento ou de meia passagem, como transferência do titular a outra pessoa e até fraudes. O benefício não pode ser transferido a outra pessoa, ou seja, mesmo o simples 'emprestar' é proibido. A ATP diz que não tem um índice do que poderia significar as irregularidades e evita comparar com outras localidades que possam mapear o problema. "Identificamos as pessoas que não são as titulares, mas precisamos ver como isso se comporta", diz o executivo.
Os 4 passos do reconhecimento do passageiro:
1. Ao passar pela catraca, o dono do cartão é alvo da câmera, que registra pelo menos seis fotos. Uma orientação que deve começar a ser adotada pelo cobrador é para que o usuário olhe para o equipamento ao passar o cartão.
2. O passo seguinte é transmitir as imagens captados na bilhetagem a uma central que tem os arquivos do cadastro dos portadores dos cartões, que é mantido pela EPTC e tem dados e foto. É o cadastro que cada segmento faz para poder usar o benefício da isenção ou redução do valor. Para isso, o arquivo de imagens é baixado no sistema depois que o ônibus vai para a garagem da empresa. Portanto, a identificação não é em tempo real - na hora que a pessoa passa pela catraca.
3. Programa confronta as imagens registradas com a que existe no cadastro da EPTC. O sistema trabalha com níveis de confiança. Acima de 80% indica que a pessoa é a dona do cartão. Abaixo disso, serão feitas verificações para concluir se há ou não problema. O sistema vai gerar uma imagem a ser analisada por operadores que decidirão se há ou não irregularidade.
4. Se for constatado que não é o dono do cartão, o operador faz um laudo para a EPTC. A empresa pública vai avaliar, poderá bloquear o cartão e convocar a pessoa a prestar esclarecimentos.
Um dos trunfos do sistema, explica o diretor executivo, é que passa a considerar os próprios registros feitos como balizadores da autenticidade do usuário. "É a inteligência do sistema, que passa a usar as imagens para comparar", diz o diretor. Ele fala que ainda são necessários ajustes na operação. Para poder dar conta da exigência, a ATP também contratou quatro operadores que fazem a verificação. Até o momento, foi investido R$ 1,8 milhão para instalar equipamentos em 300 ônibus. O custo para colocar nos 1.011 ônibus restantes é avaliado em R$ 6 milhões. O custo mensal para manter o sistema é de R$ 120 mil, considerando os 1.311 ônibus da frota privada, informa a ATP.
Smionovschi garante que antes mesmo do decreto já haviam sido encomendadas as câmeras, mas admite que o prazo estipulado pelo prefeito foi surpresa. "Não sabíamos que ia ter data, e vai depender da capacidade financeira das empresas e impacto na tarifa", condiciona. "Todo custo por contrato vai para a tarifa. É preciso ter cautela de colocar a tecnologia e tarifa não subir que as pessoas não possam pagara pela passagem." O presidente da EPTC, Marcelo Soletti, disse que haverá impacto na tarifa.