O uso crescente de inteligência artificial e da robótica na medicina está mudando o panorama global dos serviços de saúde e o papel dos médicos. Estudo da PwC mostrou que a maior parte dos entrevistados está disposta a receber cuidados de robôs na área da saúde, que podem ir de diagnósticos de doenças até cirurgias de pequeno porte.
O estudo "What doctor? Why AI and robotics Will define New Health" foi baseado em entrevistas com cerca de 11 mil pessoas de 12 países da Europa, África e Oriente Médio. Mais da metade dos participantes (55%) declararam estar dispostos a serem atendidas por robôs com inteligência artificial, capazes de responder dúvidas sobre saúde, realizar testes, diagnosticar doenças e recomendar tratamentos.
As pessoas se mostraram mais propensas a experimentar os cuidados de robôs se isso significa que terão acesso a diagnósticos mais rápidos e precisos e a melhores tratamentos. O toque humano continua sendo crucial para os cuidados de saúde, mas a maior aceitação do uso de robôs indica aumento na confiança na tecnologia.
"As pessoas estão cada vez mais abertas ao uso da tecnologia e não será diferente no setor de saúde. O emprego de robôs e inteligência artificial pode ajudar a tornar tratamentos e diagnósticos mais acessíveis e eficazes, sobretudo em países ainda carentes de um sistema de saúde bem estruturado", diz a sócia da PwC Brasil e líder de Health Services, Eliane Kihara.
Países emergentes mostraram-se mais abertos à substituição de cuidados humanos por robôs do que aqueles com economia desenvolvida. Enquanto 94% dos entrevistados na Nigéria e 85% na Turquia declararam estar propensos ao uso de robôs e inteligência artificial na saúde, no Reino Unido somente 39% dos entrevistados mostraram a mesma inclinação, e na Alemanha, apenas 41%.
Cerca de 50% dos entrevistados em todo o mundo se mostraram propensos a se submeter a uma cirurgia realizada por um robô ao invés de um médico. Mesmo em cirurgias mais complexas, boa parte dos participantes do estudo estariam dispostos a se submeter a procedimentos comandados por robôs: 69% dos entrevistados na Nigéria, 40% na Holanda e 27% no Reino Unido.
Entre as motivações que levam as pessoas a confiar na inteligência artificial foram citadas a chance de obter acesso mais rápido a serviços de saúde (36%) e a velocidade e exatidão de diagnósticos (33%). Falta de confiança na capacidade de tomar decisão dos robôs (47%) e falta de contato humano (41%) foram citadas por quem não está disposto a se submeter a tratamentos comandados por robôs.