Quem nunca foi ao bairro Restinga pode não ter ouvido falar sobre o
Super Kan, mas quem já passou por lá, certamente avistou uma de suas lojas - que ocupam um grande espaço nas principais avenidas do bairro. A sede, localizada na Av. Nilo Wulff, nº 970, fica apenas a 1 km da filial na Av. João Antônio da Silveira, nº 1795, e que, por sua vez, está à 6 km da terceira loja, localizada no limite entre a Restinga e o bairro Hípica, na Avenida Edgar Píres de Castro, nº 1545. Os três estabelecimentos somam cerca de 10.000 m².
A distância curta entre os três supermercados não preocupa o proprietário Valdemar Marcos dos Santos, 53 anos, que afirma que todos possuem movimento semelhante. “Quis abrir perto para ficar mais bem localizado, na avenida principal. Não é um problema estar perto, a Restinga tem bastante gente”, afirma.
O potencial de mercado do bairro é nítido ao observar o crescimento da empresa. O que hoje é a matriz do Super Kan, numa área de 2 mil km², começou há 32 anos no mesmo local, em um ambiente de 20 m²: uma lancheria improvisada e inaugurada com a venda da motocicleta de Marcos. Após cinco anos trabalhando das 18h às 4h, sem finais de semana, o empreendedor resolveu reformar o local e transformá-lo em açougue e posteriormente, ampliá-lo para minimercado.
Marcos expõe em sua sala a fotografia com a fachada do primeiro empreendimento e a moto
O minimercado deu tão certo, que Marcos foi comprando os terrenos ao redor e ampliando, até chegar na proporção de hoje. Quinze anos depois do pontapé empreendedor, Marcos sentiu necessidade de buscar auxílio de mais profissionais e renovar o comércio, à época chamado de “Mercado Santos”.
Com auxílio do arquiteto que planejava a expansão da loja, criou também a nova marca, Super Kan – referência australiana do profissional. Em 1999 alugou o ponto da primeira filial com cerca de 2 mil m², e em 2012 inaugurou a terceira e maior loja, com terreno comprado nos limites da Restinga. Hoje, oferece mais de 10 mil tipos de produtos e emprega 330 funcionários.
Ao olhar para o passado e ver o que foi conquistado, o empreendedor que começou nos negócios aos 20 anos, emociona-se. “Foi tudo com muito esforço, trabalhei mais de 15 horas por dia, perdi casamentos de amigos, mas hoje eu vejo que valeu a pena”. Ele afirma, ainda, que não tem interesse em sair dos arredores da Restinga.
“Eu aposto muito no bairro. Tudo o que eu adquiri foi aqui, então eu quero dar o retorno. Gerar mais empregos, contribuir para o crescimento”, conta. Cerca de 95% dos funcionários são moradores da região. Marcos pensa também em inaugurar um centro comercial na Restinga, projeto que está em desenvolvimento e deve demorar cerca de três anos para ser concluído.