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Publicada em 23 de Abril de 2025 às 12:20

Pedro Lucas recusa pasta das Comunicações após racha no União Brasil

Líder do União Brasil na Câmara dos Deputados, Pedro Lucas Fernandes (MA), disse que pode contribuir mais com o País no parlamento

Líder do União Brasil na Câmara dos Deputados, Pedro Lucas Fernandes (MA), disse que pode contribuir mais com o País no parlamento

Câmara dos Deputados/Divulgação/JC
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Agências
O líder do União Brasil na Câmara dos Deputados, Pedro Lucas Fernandes (MA), recusou na terça-feira (22) o convite do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para assumir o Ministério das Comunicações. A decisão foi tomada após reunião com o presidente do partido, Antônio Rueda, e com o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP).  Pesaram pela permanência de Pedro Lucas o clima de instabilidade na legenda, caso abrisse mão do atual cargo na Câmara dos Deputados, e a dúvida entre os correligionários sobre se o partido deve se manter mais próxima ou não do governo. "Minhas mais sinceras desculpas ao presidente Lula por não poder atender a esse convite", disse Pedro Lucas, em nota. "Posso contribuir mais com o País e com o próprio governo federal na função que exerço na Câmara dos Deputados."
O líder do União Brasil na Câmara dos Deputados, Pedro Lucas Fernandes (MA), recusou na terça-feira (22) o convite do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para assumir o Ministério das Comunicações. A decisão foi tomada após reunião com o presidente do partido, Antônio Rueda, e com o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP).  Pesaram pela permanência de Pedro Lucas o clima de instabilidade na legenda, caso abrisse mão do atual cargo na Câmara dos Deputados, e a dúvida entre os correligionários sobre se o partido deve se manter mais próxima ou não do governo. "Minhas mais sinceras desculpas ao presidente Lula por não poder atender a esse convite", disse Pedro Lucas, em nota. "Posso contribuir mais com o País e com o próprio governo federal na função que exerço na Câmara dos Deputados."

Na avaliação de interlocutores do governo federal, houve um "comportamento desrespeitoso" do partido na situação, que pode incentivar uma reavaliação sobre o espaço da legenda na composição da gestão federal. No começo de abril, a ministra das Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, anunciou que Lula havia aceitado a indicação do União Brasil para nomear Pedro Lucas para a pasta. O deputado iria suceder Juscelino Filho, que era da cota do partido e pediu demissão após ser denunciado pela Procuradoria-Geral da República (PGR) por envolvimento em um esquema de desvio de emendas parlamentares.
Apesar do anúncio feito pela ministra, Pedro Lucas se pronunciou horas depois e disse que sua decisão sobre aceitar o cargo ainda deveria ser decidida em conjunto com a bancada na Câmara dos Deputados. Em sua conta na rede social X, o parlamentar, naquela ocasião, agradeceu a confiança e destacou que "qualquer definição será construída coletivamente, em diálogo" com a bancada da legenda na Casa. Auxiliares da gestão federal lembram que o partido tem três ministérios A avaliação é de que o União Brasil fez uma "trapalhada" ao não conseguir se alinhar depois do convite.
Durante a tarde de terça-feira, havia expectativa de que a bancada indicasse Moses Rodrigues (União Brasil-CE) para chefiar a pasta, porque o nome dele agradaria a maioria dos deputados. A indefinição refletia uma divisão no União Brasil entre alas de Rueda e Davi Alcolumbre, que disputam as decisões do partido no Congresso. Alcolumbre havia patrocinado a indicação de Pedro Lucas para o ministério e queria emplacar Juscelino Filho na liderança da Câmara. Mas vários deputados da legenda avaliam que a denúncia da PGR contra o ex-ministro pesa contra a sua indicação à liderança, porque a suspeita de corrupção exporia a bancada.

A insatisfação dos deputados gerou a preocupação de que a saída de Pedro Lucas da liderança provoque uma nova guerra pela sucessão e, em último caso, resulte na eleição de um parlamentar de oposição ao governo. Segundo relatos ao Estadão/Broadcast, cerca de 25 deputados da bancada se pronunciaram de forma contrária à ida de Pedro Lucas para o ministério. Para um deputado, Juscelino Filho teria "chance zero de virar líder do União Brasil neste momento".
O partido tem 59 deputados e elegeu Pedro Lucas em fevereiro como sucessor de Elmar Nascimento (União Brasil-BA) para a liderança na Câmara dos Deputados. No começo do ano, a própria decisão por Pedro Lucas causou uma divisão na legenda, quando outros dois nomes estavam na disputa. Leur Lomanto Júnior (União Brasil -BA) falou em uma reunião da bancada do partido, em dezembro de 2024, que a legenda poderia a voltar a ser "piadinha" pela desunião interna.

Na nota,  Pedro Lucas afirma que a "confiança depositada em meu nome me tocou de maneira especial e jamais será esquecida". Ele disse ainda que tem refletido diariamente sobre "o papel que a política deve exercer: servir ao povo com compromisso, equilíbrio e coragem". Declarou também ser "líder de um partido plural, com uma bancada diversa e compromissada com o Brasil". No final da nota, ele pede desculpas ao presidente Lula e diz que seguirá "buscando consensos".

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