Com falta de vereadores, a sessão desta quarta-feira (09) na Câmara de Vereadores foi encerrada antes que projetos do Executivo pudessem entrar em votação. A expectativa da prefeitura era de ter aprovado nesta semana o projeto que institui o programa Alfabetiza+Poa, que oferecerá bolsas de auxílio à professores alfabetizadores da Capital, e a criação de 17 cargos em comissão (CC) e 8 funções gratificadas (FG) para a Secretaria de Planejamento e Assuntos Estratégicos.
As últimas sessões do Legislativo contaram com a presença dos secretários André Coronel, da Secretaria Geral de Governo, e Cezar Schirmer (MDB), que comanda a Secretaria de Planejamento e Assuntos Estratégicos, que têm conversado com os vereadores da base governista para alinhar acordos e posicionamentos. O projeto que tem trazido mais dificuldades para a base é o que cria novos CCs e FGs, que trabalharão gerindo os financiamentos externos recebidos pela prefeitura. Os nomeados trabalharão na gestão pública por até cinco anos, período em que os recursos devem ser aplicados em obras na Capital.
A incerteza de alguns vereadores governistas na aprovação do projeto se dá pelo gasto público nas contratações e pela falta de clareza na maneira com que serão escolhidas as nomeações. Segundo o vereador Ramiro Rosário (Novo), o texto não deixa nítido qual processo de seleção se dará para a chegar a esses nomes, afirmando também que, caso haja uma emenda que esclareça essa questão, a bancada pode se tornar favorável à proposta.
A vice-líder do governo, vereadora Cláudia Araújo (PSD), afirmou que tentativas para criar um texto que agrade a todos estão em curso, mas que as negociações não tem sido fáceis. "É um projeto para Porto Alegre, para melhorar a cidade", pontuou ela. Segundo fontes ligadas à base, essas discordâncias têm sido frequentes.
Sobre possíveis problemas no alinhamento da base, Schirmer afirmou que não entende quais seriam as resistências dos vereadores. "Há duas semanas, votaram a favor da criação de cargos do Dmae. Então, aqui há dois pesos e duas medidas" colocou o secretário. Para Coronel, tais divergências são naturais em um ambiente democrático. "O nosso trabalho é construir consenso. Então, se a gente puder, é um momento para aperfeiçoar o projeto também", pontuou ele.