Integrantes do governo Lula (PT) pressionam para que o ministro das Comunicações, Juscelino Filho (União Brasil-MA), peça demissão do cargo após ser denunciado pela Procuradoria-Geral da República (PGR), sob suspeita de corrupção passiva e de outros crimes relacionados ao desvio de emendas.
Segundo ministros ligados ao Palácio do Planalto, a expectativa é que Juscelino tome a iniciativa de sair para se defender no exercício do mandato de deputado federal, cargo do qual se licenciou para assumir a pasta. Um deles lembra que Lula já tinha manifestado à cúpula do União Brasil o desejo de que o ministro se afastasse quando ele foi indiciado pela Polícia Federal, em junho de 2024, o que não aconteceu.
Naquele mesmo mês, o próprio presidente da República afirmou que afastaria Juscelino do cargo caso ele fosse denunciado pela PGR. Na ocasião, Lula afirmou que o ministro estava ciente dessa situação.
Já à época, Lula admitia a aliados a preferência pela renúncia do ministro, o que evitaria o desgaste do governo. Ao serem informados da denúncia na terça (8), ministros avaliaram que o constrangimento poderia ter sido evitado caso Juscelino tivesse tomado a iniciativa.
Ele foi denunciado ao Supremo Tribunal Federal (STF) pela PGR nesta terça-feira no inquérito em que havia sido indiciado pela Polícia Federal sob suspeita de corrupção passiva e de outros crimes relacionados ao desvio de emendas no período em que era deputado federal. Caberá à corte decidir se aceita a denúncia e se ele vira réu.
Integrantes da cúpula da Câmara afirmaram à reportagem que a saída de Juscelino é esperada diante da denúncia desta terça (8), justamente por essa declaração de Lula no ano passado.
Há uma avaliação entre integrantes do governo e parlamentares de que essa eventual saída de Juscelino pode destravar uma nova fase da reforma ministerial do petista.
Agências