Dando sequência a uma série de participações em encontros de entidades do setor produtivo do Rio Grande do Sul, o governador gaúcho Eduardo Leite (PSDB) participou nesta quarta-feira (19) da primeira reunião-almoço de 2025 Tá na Mesa, da Federasul, e voltou a abordar o seu desejo de concorrer à presidência da República no ano que vem. Na ocasião, o chefe do Executivo disse estar disposto ao diálogo para construir um projeto de candidatura ao Palácio do Planalto com o também cotado como presidenciável para 2026, o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos).
“Eu tenho disposição para o diálogo com o governador Tarcísio, que tem muito meu respeito, e com outros governadores com quem temos conversado. Espero que a gente seja capaz de construir alguma coisa em comum”, disse Leite.
O governador gaúcho disse ter divergências com o chefe do Executivo paulista, mas que uma composição não se constrói apenas com quem pensa da mesma forma, mas com opiniões diferentes, desde que em prol de um único projeto para o Brasil. “Temos muitos pensamentos semelhantes, e temos divergências em muitos pontos. Assim como tenho pensamentos semelhantes ao que eu vejo das preocupações do presidente Lula, e tantas outras divergências”, pontuou.
Leite tem manifestado a disposição de oferecer seu nome para compor uma chapa nacional. E reforçou que participaria de uma candidatura ao Planalto, “seja liderando um projeto ou apoiando alguém que pense de forma semelhante”.
A posição do governador gaúcho para o pleito de 2026 é de uma candidatura de centro e que se afaste tanto do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), quanto do atual chefe do executivo federal Luiz Inácio Lula da Silva (PT). “Qualquer conversa que venha se fazer politicamente não é para evitar o Bolsonaro ou derrotar o Lula, ela tem que ser em torno de um projeto para o País”, disse Leite nesta quarta-feira.
A posição do governador gaúcho para o pleito de 2026 é de uma candidatura de centro e que se afaste tanto do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), quanto do atual chefe do executivo federal Luiz Inácio Lula da Silva (PT). “Qualquer conversa que venha se fazer politicamente não é para evitar o Bolsonaro ou derrotar o Lula, ela tem que ser em torno de um projeto para o País”, disse Leite nesta quarta-feira.
As manifestações do tucano que indicam a largada para a corrida eleitoral de 2026 ocorrem em meio a embates firmados entre o Piratini e o governo Lula. Desde o início do ano há uma disputa relacionada aos vetos presidenciais ao texto aprovado no Congresso Nacional do Programa de Pleno Pagamento de Dívidas dos Estados (Propag), que é uma alternativa ao Regime de Recuperação Fiscal (RRF), do qual o Rio Grande do Sul integra, e busca solucionar a questão das dívidas de entes federados com a União. Atualmente, a dívida do RS é superior a R$ 100 bilhões.
Leite também realizou críticas, tanto na terça-feira (18), em evento da Fiergs, quanto nesta quarta (19), na Federasul, à ministra das Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann (PT), por uma publicação no X (antigo Twitter), em que ela reclamou dos ataques de governadores de quatro estados - entre eles o RS - à gestão federal. A petista citou, na manifestação, o pagamento pela União de parte das dívidas de Minas Gerais, Rio de Janeiro, Goiás e Rio Grande do Sul com organismos internacionais.
"Eu espero que ela (Gleisi) compreenda e entenda deste assunto melhor para não falar coisas erradas, ainda mais na posição que tem de relações institucionais", disse o governador nesta quarta.
Os embates com o governo Lula e a colocação de Leite sobre estar aberto ao diálogo com Tarcísio de Freitas, aliado de Jair Bolsonaro, vão dando o tom que o gaúcho deve adotar para uma possível candidatura ao Planalto. Se uma chapa de fato for concretizada, o governador precisará deixar o cargo em março de 2026 para concorrer à presidência.
Nas últimas eleições gerais, em 2022, Leite renunciou ao Piratini para tentar ser candidato à presidência pelo PSDB. Perdeu, porém, as eleições primárias do partido para o ex-governador de São Paulo João Dória, que posteriormente abdicou da candidatura. Com a derrota dentro da sigla, o gaúcho voltou a concorrer ao Piratini e se tornou o primeiro governador reeleito no Estado desde a redemocratização, em 1985.