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Publicada em 18 de Março de 2025 às 14:55

Eduardo Bolsonaro se licencia e diz que ficará nos EUA em luta contra Moraes

Deputado pode ficar afastado do Congresso Nacional por até 120 dias

Deputado pode ficar afastado do Congresso Nacional por até 120 dias

LUIS MACEDO/CÂMARA DOS DEPUTADOS/JC
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Agências
O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) anunciou nesta terça-feira (18) que vai se licenciar do mandato para seguir morando nos Estados Unidos. O deputado disse que continuará nos EUA para buscar punições contra o ministro do STF Alexandre de Moraes.
O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) anunciou nesta terça-feira (18) que vai se licenciar do mandato para seguir morando nos Estados Unidos. O deputado disse que continuará nos EUA para buscar punições contra o ministro do STF Alexandre de Moraes.
"Aqui, poderei focar em buscar as justas punições que Alexandre Moraes e a sua Gestapo [polícia política do regime nazista] da Polícia Federal merecem", afirmou ele em vídeo publicado nas redes sociais. "Minha meta de vida será fazer você pagar por toda a sua crueldade com pessoas inocentes", disse.  A declaração foi dada uma semana antes do STF julgar se torna réu o pai do deputado, o ex-presidente Jair Bolsonaro, sob a acusação de tentativa de golpe de Estado.
Sem provas, Eduardo falou em "regime de exceção" e "truques sujos de Moraes". "Não irei me acovardar, não irei me submeter ao regime de exceção e aos seus truques sujos. Assim sendo, da mesma forma que eu assumi o mandato parlamentar para representar a minha nação, eu abdico temporariamente dele", disse. Diferentemente do que diz o deputado, o Brasil é um regime democrático desde 1985 e sem registro de fraude nas eleições.
Segundo apuração do UOL, Eduardo Bolsonaro consultou o governo de Donald Trump e sua base aliada no Congresso americano antes de tomar a decisão. Conversas já tinham ocorrido durante sua participação na conferência de movimentos ultraconservadores, a CPAC, em Washington, no mês passado. Na ocasião, Trump citou a presença do brasileiro, numa sinalização interpretada como sinal de apoio. Mas, segundo fontes, foram as conversas com a base do presidente dos EUA que permitiram que Eduardo tomasse a decisão de se licenciar. Pela Constituição Federal, o afastamento da Câmara pode durar até 120 dias, sem remuneração.
Do lado do governo brasileiro, a atitude foi recebida como sinal de alerta de que algo mais enfático por parte dos EUA possa estar sendo trabalhado contra as instituições nacionais. Seja na forma de leis ou mesmo numa atuação para tentar desestabilizar o processo eleitoral de 2026.
Em 27 de fevereiro, quando o filho de Bolsonaro embarcou para os EUA, os deputados petistas Lindbergh Farias (RJ) e Rogério Correia (MG) e o Partido dos Trabalhadores entraram com representação contra Eduardo na Procuradoria-Geral da República, por crimes contra a soberania e as instituições brasileiras cometidos durante sua estadia no país. No documento, Farias diz que Bolsonaro "patrocina retaliações" contra o Brasil e contra Moraes.
O QUE MAIS DIZ EDUARDO BOLSONARO
O deputado disse, também sem apresentar provas, que há um plano para prender o ex-presidente Bolsonaro e assassiná-lo. "Não tenho dúvida de que o plano dos nossos inimigos é encarcerá-lo para assassiná-lo na prisão ou deixá-lo lá perpetuamente, assim como aconteceria com Donald Trump caso não tivesse sido reeleito agora em 2024", afirmou o parlamentar.
Ele também disse que Moraes e "cúmplices" usam mandato de deputado como "ferramenta de chantagem". "O que o ministro da Suprema Corte Alexandre de Moraes e os seus cúmplices estão tentando fazer é usar justamente o meu mandato como cabresto, como ferramenta de chantagem e coação do regime de exceção. Como instrumento para me prender e impedir que eu represente os melhores interesses para o meu país", pontuou Bolsonaro. 
Eduardo afirmou que, a partir dos EUA, vai buscar anistia aos crimes do 8 de janeiro. Reiterou ainda que vai articular internacionalmente por "eleições limpas" e com participação da oposição em 2026, embora o TSE (Tribunal Superior Eleitoral) não tenha emitido nenhuma ordem de veto a candidatos contrários ao governo Lula.
Após divulgar o vídeo, Eduardo deu entrevista a jornalistas aliados ao bolsonarismo nos EUA. O deputado afirmou que a saída do Brasil vai dificultar que a Justiça do país possa monitorar a atuação dele. Disse também que estar no exterior vai aumentar a "exposição pública e causar constrangimento" a Moraes. Durante a entrevista, ele ainda chorou ao ser questionado sobre qual foi a resposta de Bolsonaro ao anúncio de que ficaria nos EUA. "Meu pai queria o filho dele perto dele", disse.

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