"Eleição?", descontraiu o governador gaúcho, Eduardo Leite (PSDB-RS), ante a pergunta que se repete por onde passa: o senhor vai se candidatar a presidente em 2026? Leite justificou, à plateia de varejistas no Fecomércio-RS Debate, em Porto Alegre, que a sucessão é em 2026 e tem um ano e oito meses de mandato. Caso concorra - não pode ir mais à reeleição -, o tucano precisa deixar o Piratini seis meses antes do pleito. Mas ele afirmou que está disponível para a (e deseja) disputa à presidência.
VÍDEO: Eduardo Leite e a disputa à presidência da República
Falta definição de como o PSDB irá no cenário institucional. "Estamos no nível de discussão interna. É um debate importante para o partido, que já deu grande contribuição ao Brasil, mas reconhece que, na regra do jogo partidário no Brasil e da legislação eleitoral, vamos ter que fortalecer nossa posição através de uma fusão, incorporação ou federação", citou o governador.
Do lado dos dirigentes da Fecomércio-RS, que já mostraram simpatia no passado ao ex-presidente Jair Bolsonaro, quando ocupava a função em Brasília, Leite teria apoio.
"Botamos uma boa pilha, e o governador tornou público que está disposto a ser candidato", observou o presidente da federação, que reúne o maior número de sindicatos de comércio e serviços do Estado, Luiz Carlos Bohn.
Sobre a ideia de um potencial nome gaúcho na eleição majoritária federal, Bohn citou posições de Leite frente às ações do governo atual no Planalto. O governador também fez uma abordagem no evento que agradou aos mais de 400 presentes, como afastar majoração de impostos. "É isso que precisamos, de um gestor que prega o que precisa ser feito", avaliou o dirigente.
Mesmo cuidadoso em não assumir a dianteira sobre definições da sigla à qual está filiado há 24 anos - "Tenho mais tempo dentro do partido do que fora" - , o governador disse esperar uma posição tucana nas próximas semanas.
"Vou participar ativamente do processo, discutindo, debatendo, e, se for o caso, estando à disposição para a população gaúcha em alguma forma. Eu olho para a eleição nacional, acho que é onde eu melhor posso contribuir", endereçou Leite, tanto a jornalistas como quando se manifestou no Fecomércio-RS Debate, na sexta-feira (14).
"Mas isso depende de articulações. Se entendermos que há uma outra candidatura melhor que possa representar, não tem nenhum problema de construir em torno de um outro nome. Aí, vamos discutir no nível do Rio Grande como melhor pode se dar a minha participação", acrescentou o chefe do Piratini, que vem sendo assediado por outras siglas, como o PSD, de Gilberto Kassab.