O governo Lula (PT) disse a dirigentes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) que o presidente visitará um acampamento pela primeira vez desde o início do seu atual mandato na sexta-feira (7).
O local escolhido pelos sem-terra foi o Quilombo Campo Grande, localizado em Campo do Meio (335 km de Belo Horizonte), no sul de Minas Gerais, e o movimento planeja reunir cerca de 5 mil pessoas para receber o presidente.
O evento deve ter a oficialização da entrega de assentamentos, entre eles o próprio Quilombo Campo Grande, além de destaque para o lançamento do Desenrola Rural, recém-lançado programa de negociação de dívidas de produtores rurais.
Lula tem buscado se reaproximar dos sem-terra com mais intensidade desde o começo do ano, no momento em que atravessa queda de popularidade.
O MST cobra uma visita de Lula desde o começo da gestão, em 2023. Em janeiro, o presidente recebeu líderes do movimento no Palácio do Planalto para discutir os programas do governo de reforma agrária, que são bastante criticados pelos sem-terra.
O Ministério do Desenvolvimento Agrário diz ter assentado 71,4 mil famílias ao longo de 2024, mas o MST contesta os dados e pressiona o governo a assentar 100 mil famílias que, segundo eles, estão acampadas pelo país.
A visita do presidente ao acampamento acontece pouco antes das principais mobilizações nacionais do MST, a Jornada de Lutas das Mulheres Sem-Terra, em 8 de março, e, especialmente, o Abril Vermelho, caracterizado por marchas e invasões.
Foi durante o Abril Vermelho de 2023 que a relação de Lula com o MST estremeceu no atual mandato, após invasões de fazendas da empresa de celulose Suzano e da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária pelos sem-terra.
O presidente e seus ministros endureceram o tratamento público ao movimento, que rebateu com críticas à morosidade dos programas de reforma agrária e de incentivo à agricultura familiar.
Ceres Hadich, da direção nacional do MST, diz que as entregas recentes do governo ainda são poucas e tardias, mas têm simbologia enorme, pois se referem a áreas de assentamentos que aguardam regularização fundiária há décadas. No caso do Quilombo Campo Grande, por exemplo, o acampamento existe desde 1998.
Folhapress
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