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Publicada em 27 de Fevereiro de 2025 às 17:07

Deputados do Republicanos querem rever indicação do partido para presidência da Assembleia em 2026

Gustavo Victorino, líder da bancada do Republicanos no Parlamento, quer que decisão do próximo presidente seja dos próprios parlamentares

Gustavo Victorino, líder da bancada do Republicanos no Parlamento, quer que decisão do próximo presidente seja dos próprios parlamentares

Fernando Gomes/ALRS/Divulgação/JC
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Bolívar Cavalar
Bolívar Cavalar Repórter
A indicação da executiva estadual do Republicanos para que o deputado Sergio Peres assuma presidência da Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul em 2026 tem causado um imbróglio no partido. O líder da bancada da sigla no Parlamento, deputado Gustavo Victorino, contestou a nomeação do correligionário e reivindicou que a decisão de quem comandará a casa no ano que vem deve ser dos parlamentares da legenda, e não da diretoria.
A indicação da executiva estadual do Republicanos para que o deputado Sergio Peres assuma presidência da Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul em 2026 tem causado um imbróglio no partido. O líder da bancada da sigla no Parlamento, deputado Gustavo Victorino, contestou a nomeação do correligionário e reivindicou que a decisão de quem comandará a casa no ano que vem deve ser dos parlamentares da legenda, e não da diretoria.

“A maioria da bancada quer uma nova votação para a distribuição de todos os cargos e participação do Republicanos na gestão da Assembleia Legislativa. Então, não é só a presidência, são todos os cargos envolvendo participação em comissões”, disse Victorino.

O Republicanos tem cinco parlamentares no Legislativo, sendo que quatro, incluindo o atual líder da bancada, estão exercendo a primeira legislatura. Peres é o que está na Casa há mais tempo, em terceiro mandato. Conforme Victorino, contestaram a indicação, além dele, os deputados Delegado Zucco e Capitão Martim. Ficaram de fora, portanto, Eliane Bayer e o próprio Sergio Peres.

A nomeação de Peres à presidência da Assembleia ocorre em razão de um acordo informal e pluripartidário que existe no parlamento gaúcho há cerca de 15 anos. A combinação prevê que as quatro maiores bancadas eleitas indicarão um representante para comandar a casa por um ano.

Em 2025, o presidente é Pepe Vargas (PT), que foi antecedido por Adolfo Brito (PP), em 2024, e por Vilmar Zanchin (MDB), em 2023. Pelo acordo, o Republicanos tem o direito de nomear um deputado à presidência no ano que vem, último da atual legislatura. Aliás, esta será a primeira oportunidade da sigla de comandar o parlamento gaúcho.

De acordo com Victorino, a indicação de Peres, realizada pela executiva do partido, ocorreu “no primeiro dia de quatro parlamentares novos” na Assembleia. “Passados dois anos, esses parlamentares já conhecem os corredores, conhecem os bastidores, conhecem as coisas da Assembleia e decidiram que é preciso fazer uma reavaliação”, argumentou o líder da bancada.

O presidente estadual do Republicanos  é o secretário de Habitação e Regularização Fundiária do governo Eduardo Leite (PSDB), Carlos Gomes. Frente a esta rusga no partido, o dirigente encaminhou à presidência da Assembleia Legislativa do RS um ofício defendendo a indicação de Peres. A reportagem tentou ter acesso a esse documento, mas as direções tanto da sigla quanto do Parlamento não o encaminharam. Peres, além de deputado, é vice-presidente da legenda no Estado.

Segundo Victorino, a bancada agora aguarda um posicionamento da Mesa Diretora da Assembleia quanto a este assunto, que, por sua vez, conforme interlocutores da direção, não tem competência para deliberar sobre esta questão e ela deve ser resolvida internamente no partido. Em razão de este acordo pluripartidário de indicação de presidentes ser informal, o Parlamento não tem ingerência na decisão.

Na avaliação do líder da bancada, há pouco diálogo entre a diretoria do Republicanos e os parlamentares da sigla, o que, para ele, não é a forma mais "democrática" de tratar este assunto.

“Já conversei (com o presidente Carlos Gomes), e nós temos posições divergentes. Nos respeitamos, mas temos posições divergentes em relação a essa matéria. Ele insiste em defender o seu vice-presidente (deputado Sergio Peres), e eu insisto em uma nova eleição. Ou seja, eu quero uma escolha democrática”, afirmou Victorino. Questionado, o deputado disse que não está em seu horizonte um possível desligamento do partido, apesar desta rusga com a diretoria. Ele ainda falou que não tem um nome específico que acredita ser ideal para ser indicado à presidência do Parlamento, e que a decisão cabe à bancada.

A reportagem contatou Carlos Gomes, que, por texto, disse que quem deve bater o martelo sobre o próximo presidente da Assembleia é o próprio Legislativo. “O presidente reitera que não defende nomes, mas a manutenção de um acordo já firmado, que, inclusive, está em andamento, e que foi assinado por todos os cinco deputados estaduais da bancada do Republicanos”, afirmou o presidente estadual do Republicanos na nota.

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