Em meio a investigações em andamento sobre a trama golpista, o diretor-geral da Polícia Federal (PF), Andrei Rodrigues, disse não haver elementos para indiciar todos os citados na delação premiada do ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, Mauro Cid.
Na primeira delação de Cid, revelada pelo colunista da Folha de S.Paulo Elio Gaspari no último fim de semana, o ex-ajudante de ordens citou 9 pessoas dos 40 indiciados pela trama golpista.
Entre os citados por Cid como integrantes da ala mais radical, estão a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro e o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP). Os dois não foram indiciados no relatório final.
- LEIA TAMBÉM: Além de Michelle e Eduardo Bolsonaro: veja quem mais foi citado na delação de Mauro Cid
"No caso concreto, está lá no relatório (final) que não houve a busca de outros elementos que pudessem confirmar de que essas pessoas (Michelle, Eduardo e outros não indiciados) tenham participado", disse Andrei no programa Roda Viva, da TV Cultura, na noite desta segunda-feira.
Andrei também fez menção ao PowerPoint apresentado pelo então procurador Deltan Dallagnol no âmbito da Operação Lava Jato em 2016. Na sequência de slides, Dallagnol chamou de "14 conjuntos de evidências" que apontavam para o nome do hoje presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) no centro. "A Polícia Federal de hoje não faz entrevista coletiva pré-condenando, prejulgando ninguém, não faz Powerpoint responsáveis por operações já pré-condenando as pessoas. Faz investigação isenta, séria e responsável", disse.
A delação do ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, Mauro Cid, citou a suposta participação de Michelle Bolsonaro e de Eduardo Bolsonaro - não indiciados pela trama golpista - no que o militar chama de ala mais radical pelo golpe.
Folhapress